Dois anos depois de iniciar como agente financeiro do programa Financiamento Estudantil (Fies), o Banco do Brasil atingiu o montante de R$ 10 bilhões em operações e 300 mil estudantes atendidos. Apenas nos dois primeiros meses do ano, a instituição já soma mais de 80 mil contratos, valor 64% superior ao mesmo período de 2012. Mas os bancos públicos não são os únicos a oferecer produtos e serviços para o público jovem. Santander, Bradesco e Itaú Unibanco apostam nesse segmento para aumentar o volume de negócios e fidelizar potenciais clientes. “O último Censo demonstrou que serão 10 milhões de universitários até 2020, então há prováveis cinco milhões de entrantes nos próximos anos, e eles vão precisar do banco”, disse Marcos Daré, diretor do departamento de investimentos do Bradesco.
O Censo ao qual se refere Daré é o realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), referente ao ano de 2011, e dados revelaram que havia 6,739 milhões de estudantes matriculados no ensino superior aquele ano.
Sobre o Fies, em 2010, o Banco do Brasil formalizou 2,2 mil contratos de financiamento para cursos de graduação. No ano seguinte, foram 46,4 mil e em 2012 foram 183 mil contratos, o que representa um crescimento total de 8.119%. “A evolução dos números do BB no Fies é muito significativa e o objetivo é se tornar o principal operador do Fundo de Financiamento Estudantil”, afirma Edmar Casalatina, diretor de empréstimos e financiamentos.
Hoje, somente instituições estatais são autorizadas a operar financiamento para a graduação pelo Fies. Além do BB está também a Caixa Econômica Federal. No entanto, há financiamentos disponíveis também nos privados. O Bradesco possui convênios com universidades para a quitação do semestre, no prazo de até 12 meses, e taxa de juros de 1,20% ao mês. “A demanda quase que dobrou no último ano, mas nem todo universitário precisa desse empréstimo”, revelou Daré, que acrescentou que o primeiro produto pedido é o cartão de crédito, seguido pelo limite no cheque especial.
Questionado sobre os ganhos do banco e benefícios com o foco no cliente universitário, já que há pacotes de tarifas e anuidade no cartão diferenciada, Daré disse que o interesse está na inclusão bancária. “Perpetua a relação com o cliente para além da conta universitária.”
A perspectiva para os próximos anos, segundo o diretor do Bradesco, é positiva. A visão é semelhante no Santander, que somou, em 2012, dois milhões de clientes no segmento universitário. “O banco ganha a possibilidade do cliente usar com recorrência e há fidelização”, afirmou Daniel Silva Nitraud, superintendente de gestão de alunos e professores do Santander Universidades.
Nitraud contou que o público jovem é sensível ao preço, principalmente quando se refere às tarifas e anuidade no cartão de crédito. Dessa forma, a subsidiária brasileira do banco espanhol tem conta corrente sem tarifa mensal e anuidade, mas é preciso a utilização, pelo menos uma vez, na modalidade crédito, o pagamento de uma conta ou depósitos em poupança.
O Itaú, por sua vez, também oferece benefícios para o público universitário, como limite de crédito pré-aprovado a partir de R$ 1 mil, seis meses de isenção de tarifa do pacote de serviços e desconto de 50% na compra e venda de ações pela corretora.
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