Instituições financeiras associadas às fabricantes criam novos planos para atrair o consumidor e elevar as vendas
Chevrolet permite diluir valor de revisões nas prestações do veículo; para a VW, mês de IPVA pode ter parcela menor
Por: Gilmara Santos
A queda na venda de carros nos últimos meses e a restrição ao crédito nos bancos de varejo levaram as montadoras a adotar novas estratégias.
Entre essas estão planos de financiamento com características incomuns, voltados principalmente a compactos, cujo segmento sofre mais em momentos de retração.
A Chevrolet, por exemplo, lançou o plano Tranquilidade, que prevê parcelas relativamente baixas, prazo de pagamento de dois ou três anos e ainda inclui os gastos com revisões do veículo até 40 mil quilômetros. A entrada é a partir de 30% do valor do carro e outros 30% podem ficar para o fim do parcelamento.
O Banco VW permite flexibilidade no fluxo de pagamento das parcelas, com a possibilidade de programar a quitação das prestações do financiamento de acordo com o orçamento do cliente.
“A pessoa pode pagar menos quando tiver despesas como o IPVA e optar por parcelas maiores em períodos de renda extra, como o 13º salário”, explica a gerente de marketing do banco, Renata Giannini. O plano prevê até 15 parcelas com prestações reduzidas, desde que sejam superiores a R$ 99.
Alguns lançamentos têm planos diferenciados. O novo Renault Logan (a partir de R$ 28.990), por exemplo, pode ser adquirido em 72 meses, com entrada de 25%.
“A taxa é a partir de 1,24% ao mês. A ideia não é sufocar o cliente com juros, mas atuar para melhorar as vendas”, diz Dominique Signora, diretor-geral da financeira do grupo.
Planos que fogem do padrão ou agrupam diversos outros serviços são tentadores, mas dificultam a comparação de custos com financiamentos tradicionais.
“Até o juro zero requer atenção, porque muitas vezes camufla o valor real do carro, que à vista é geralmente ofertado com desconto”, diz Samy Dana, colunista da Folha e professor da FGV.
A ofensiva da indústria para incentivar as vendas fez a liberação de financiamento pelos bancos das montadoras saltar de 53% no ano passado para 60% do total de crédito liberado atualmente para a compra de carro. “A participação maior se deve às taxas subsidiadas”, destaca o presidente da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), Décio Carbonari.
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