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23 de abril de 2017 - 14:07

Bancos-de-montadoras-liberam-13-2-mais-em-credito-a-veiculos-no-bimestre-televendas-cobranca

Por: Marli Olmos

Pouco a pouco, o consumidor começa a procurar os bancos para financiar a compra de carro novo. No primeiro bimestre, as instituições bancárias ligadas às montadoras liberaram R$ 13,9 bilhões, o que representou um aumento de 13,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. “Acreditamos que este ano haverá mais confiança e aumento na participação do financiamento no mercado de veículos”, diz o presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras (Anef), Gilson Carvalho.

Os dados mais recentes da Anef mostram que em fevereiro foram liberados R$ 6,5 bilhões em crédito para veículos, um volume 10,2% superior ao registrado no mesmo período de 2016. Dos R$ 6,4 bilhões em CDC, R$ 5,7 bilhões foram destinados às pessoas físicas e R$ 663 milhões, às jurídicas.

Para o dirigente, começa a desaparecer do mercado o que ele chama de “síndrome do desemprego”, que revela o comportamento do consumidor que tem emprego, mas age como se não tivesse. “A economia começa a ter um pouco mais de movimento, o que ajuda na melhora da confiança”, destaca.

Em 2016, a venda de carros à vista atingiu participação recorde de 44%. Em 2013, a compra à vista representou 37% do mercado. A expectativa de Carvalho é que neste ano essa modalidade de pagamento fique em torno dos 40%. Segundo ele, em 2016, os que optaram por financiar um veículo preferiram pagar valores mais altos como entrada.

Os bancos oferecem prazo máximo de 60 meses nas operações de crédito para carros. Mas o tempo médio também começa a subir. Era de 41,2 meses há um ano e agora está em 42,2.

Os resultados dos negócios nos bancos das montadoras refletem o quadro atual do mercado de veículos, que começou a dar os primeiros sinais de recuperação. Em março, pela primeira vez desde dezembro de 2014, a indústria automobilística registrou alta no volume de vendas na comparação com mês igual do ano anterior. Foram licenciados em todo o país 189,1 mil veículos, um avanço de 5,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Apesar disso, no acumulado do trimestre, a venda de 472 mil unidades representou uma queda de 1,9% na comparação com igual período de 2016.

Nos bancos atrelados aos fabricantes de veículos, apesar do aumento no volume de concessões, o saldo total das carteiras de veículos em fevereiro (R$ 162,4 bilhões) é o mais baixo desde 2012, quando chegou a R$ 242,2 bilhões. E representa uma queda de 9,3% na comparação com o estoque de financiamentos de fevereiro do ano passado. O saldo do crédito para aquisição de veículos por pessoas físicas e jurídicas corresponde a 2,6% do PIB, ante 3% de um ano atrás. Representa, ainda, 5,3% do sistema financeiro nacional e 10,6% do total das operações de crédito.

Também preocupam a associação dos bancos de montadoras os ainda altos níveis de inadimplência. No segundo mês deste ano, a taxa de pessoas físicas com a prestação do carro atrasada foi de 4,6%. O percentual mostrou uma ligeira queda, de 0,1 ponto na comparação com janeiro, mas alta de 0,2 ponto percentual em 12 meses. Para as pessoas jurídicas, a taxa de inadimplência nas operações de CDC foi de 4,7%, uma queda de 0,2 ponto em relação a janeiro e de 0,6 ponto na comparação com fevereiro do ano passado.

Na carteira de leasing, o índice foi de 3,4%, redução de 0,4 ponto percentual na comparação com o mês anterior e alta de 0,3 ponto percentual em 12 meses. “Apesar de ainda alta, a inadimplência deixou de crescer significativamente”, destaca o presidente da Anef.

Em 2012 – ano recorde para a indústria automobilística, quando foram vendidos no país 3,8 milhões de veículos, volume 85% maior do que no ano passado – a taxa de inadimplência era mais alta. Naquele ano, em que bancos e consumidores arriscavam-se a fechar planos sem entrada, os não pagadores dos financiamentos por meio de CDC alcançaram 6% da carteira. “Isso não existe mais; não é um financiamento de boa qualidade”, destaca Carvalho.

Para o dirigente, a tendência de queda nos juros faz acreditar que o consumidor deve voltar aos financiamentos. “Cada sinal de queda de juros passa um efeito positivo”, afirma. Em fevereiro, as entidades associadas à Anef cobraram juros de 23,26% ao ano e 1,75% ao mês.

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