Por: Geraldo Gomes
É de suma importância o trabalho, diria braçal, das pessoas envolvidas na análise da concessão de crédito, até porque, tenho visto que muitos operadores fazem as visitas, conhecem as nuances do futuro cedente e não conversam com os analistas. Não existe o certo ou errado, o que se aplica, em concessão de crédito, é uma palavrinha: “bom senso”.
Eles pesquisam o passado do cedente e dos sócios em si, fazem pesquisas bancárias, comerciais, de empresas de fomento e geram relatórios para o gestor da factoring tomar a decisão de comprar ou não ativos.
Diria ainda que, o auge de uma boa administração na nossa atividade é quando os operadores e os analistas de crédito, conseguem convergir na análise do cedente, trocando informações em alto nível entre si, e não levando para o gestor da factoring informações truncadas, enfim essa maturidade permite que a factoring tenha um futuro bastante promissor.
Para mostrar um pouco mais como é esse trabalho, conversamos com as analistas de crédito Helen Araújo, Tereza Mello e Letícia Souza.
RF: O que suas empresas exigem em nível de documentação e de informes de órgãos como Serasa e Equifax, para aprovar uma linha de crédito?
Helen: Além da análise de risco junto à consulta do “nada consta” tanto da empresa, quanto dos sócios, histórico de pagamento com fornecedores, endividamento bancário, balanço patrimonial, cláusulas do contrato social, procurações e depois a documentação propriamente dita.
Tereza: Análise de risco junto ao Serasa, Equifax, bancos, fornecedores, outras factorings e toda a documentação exigida pela ANFAC.
Letícia: Aqui na Inve$thor, somos bastante rigorosos no que tange à documentação solicitada do potencial cliente e, à análise de relatórios, como Serasa e Equifax. Primeiro, fazemos o contato telefônico, através dos gerentes. Em seguida, fazemos uma visita, a fim de conhecermos a empresa (o serviço que presta, o que produz, o estoque), quem realmente administra a empresa, afinal sabemos que, muitas vezes, os sócios que constam no contrato, não são seus administradores. Nessa visita, solicitamos a documentação para a análise do cadastro, tal como contrato social, alvará, inscrição estadual/municipal, RG, CPF e comprovante de residência atual dos sócios (em alguns casos declaração de IR), preenchimento das fichas de cadastro pessoa jurídica e física, em que pedimos cinco referências bancárias (ou factorings) e cinco fornecedores. Alguns com certeza vão achar que pedimos documentação demais, mas, sinceramente, a nossa intenção é apenas profissionalizar e dar mais segurança à operação e, principalmente, ao nosso potencial cliente, a fim de que ele tenha certeza de que somos uma empresa séria.
RF: Como vocês avaliam a concessão de crédito feita pelos seus concorrentes?
Helen: Trabalho na área há apenas três anos, mas percebi que cada factoring tem seu modo particular de conceder o crédito e nem sempre a própria análise de crédito pura e simples é levada em consideração. Já presenciei operações negadas pelo analista de crédito e aprovadas pelo diretor, por inúmeros motivos como: dinheiro sobrando em caixa, confiança além da conta no cedente ou a pedido dos gerentes comerciais. Acreditem, em 90% destes casos, o título apresentou algum tipo de vício. Cobrar um pouco mais caro numa operação que apresenta um pouco mais de risco é normal, loucura é cobrar mais caro por um título que não apresenta indícios de liquidez.
Letícia: Acreditamos que em um mercado como o nosso, o espaço para amadores está cada vez mais escasso. Poderíamos citar aqui, vários casos que vemos e ouvimos no dia-a-dia, como “factorings” que levam contrato já na primeira visita, operam sem contrato, ignoram o código civil vigente no país, concedem limites sem analisar o mercado que o cliente atua, sem conhecer sua empresa; limites que, muitas vezes, mais ajudam ao cliente a se endividar cada vez mais, em vez de contribuir para o crescimento e melhora de sua saúde financeira. Sem falar, é claro, no “dumping” de fator e ad valorem, que essas “factorings” aplicam, sem analisar os próprios custos. Porém, não consideramos essas empresas como verdadeiros concorrentes, afinal empresas como essas já abriram e fecharam, e outras vão continuar a abrir e fechar, até que só se estabeleçam as que são verdadeiramente profissionais.
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