Por: Rosana Villar

Em 2012, o Banco do Brasil (BB) ocupava a 5ª posição em participação de mercado no Brasil. Para ampliar esta fatia, no ano passado, a instituição financeira passou a investir pesado na divulgação de seus produtos e na busca por novos clientes e mercados, como o de financiamentos imobiliários, que vem sendo apontado como um dos principais nichos a serem explorados no Amazonas este ano.

Em 2013, o BB passou a ocupar a segunda posição no mercado, segundo o superintendente da instituição no Amazonas, Edmilson Zucolotto. Mas a intenção é continuar crescendo. Para isso, o banco planeja ampliar suas operações em até 30% no Estado, com o lançamento da parceria com os Correios na venda de produtos como financiamentos e microcrédito. Conceder mais crédito, no entanto, não significa afrouxar os critérios de aprovação, alerta Zucolotto, que devem continuar bastante rigorosos.

No evento de lançamento do salão de imóveis do BB, o senhor comentou que o banco pretende investir pesado do crédito imobiliário. Por que esta opção?

Primeiro porque há muito espaço para se crescer no mercado imobiliário. Para você ter uma ideia, este segmento responde por 12% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, temos muita demanda. Falando de Amazonas, temos espaço para crescer neste mercado, vemos torres sendo erguidas em todos os lugares e há, ainda, um potencial de crescimento, as construtoras enxergam isso. Tanto que estão investindo, e financiamos também esta parte, o financiamento da produção. Além disso, o Estado tem crescido e a expectativa da aprovação da prorrogação da Zona Franca de Manaus por mais 50 anos, o que deve se tornar realidade, deixa o cenário bastante favorável e estamos apostando nisso.

Em que segmento o banco pretende aumentar a participação?

O público de alta renda será o primeiro contemplado, como Salão que faremos nos dias 29 e 30. A princípio haverá um estoque de 500 imóveis, mas sabemos que há um potencial muito maior. Estamos trazendo também para este público mais duas agências ‘Estilo’ em Manaus, que serão construídas este ano, com previsão de inauguração para o primeiro semestre de 2015. Mas não vamos atuar exclusivamente neste nicho específico. Na verdade, vamos atuar em todas as pontas. Desde a construtora, o público do Minha Casa Minha Vida, que é da classe E, até o alto da pirâmide. Estamos prontos para atuar em qualquer nicho de mercado, depende da demanda que aparecer.

Estas ações estão voltadas mesmo para uma conquista de mercado?

Sim, foi para construir este espaço que estamos com várias ações desde o ano passado. Até o ano passado, éramos o quinto banco em participação de mercado no Brasil. Iniciamos 2014 em terceiro e nossa meta e fechar 2014 na segunda posição.

E que estratégias serão adotadas para alcançar essa meta?

Temos diversas ações, crédito imobiliário é uma, crédito de veículo, outra. Vamos entrar muito forte neste segmento já a partir deste mês. Temos ações voltadas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) Taxista, visando a Copa do Mundo, que é uma linha que utiliza verba do FAT para poder trocar a frota aqui de Manaus. Temos as linhas de acessibilidade, que servem tanto para adquirir veículos adaptados como para adaptá-los, e lógico, vamos trabalhar muito forte o crédito consignado.

As concessionárias de veículos se queixam da dificuldade na liberação de de financiamentos. Há possibilidade de uma mudança neste cenário?

O banco é conservador. Sempre foi. E a carteira imobiliária tem crescido muito, foi 87% de aumento em 2013. Mas conseguimos isso com um índice de inadimplência abaixo do mercado, de 1,98%, enquanto no sistema financeiro nacional estava acima de 2,5%. No caso de uma carteira como a de veículos existem ingredientes no risco, por isso a análise é criteriosa e o banco não vai abrir mão deste critério.

Como está a participação do BB no interior?

Temos, atualmente, 40 agência em todo o Estado. Temos duas agências para o interior a serem inauguradas, em Autazes e Barcelos, que talvez sejam inauguradas no final deste mês, e mais duas na capital, uma no Aleixo e outra na Torquato, as duas também para este semestre. Mas há uma novidade que deve melhorar o atendimento no interior. O banco divulgou no mercado, nesta quinta-feira, uma parceria com os Correios, para disponibilizar todos os serviços bancários no Banco Postal, parceria que já existe. Então, agora, as pessoas terão acesso também a produtos como financiamento, microcrédito, tudo nos Correios. Estes serviços devem estar disponíveis a partir do segundo semestre. Imagina uma população que está no interior, onde a agência mais perto está a 20 ou 30 quilômetros, tendo o Banco Postal? Com isso, esperamos aumentar nossa carteira em 30%. Atualmente, nossa carteira do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) é de R$ 150 milhões. Isso deverá crescer.

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