Valor médio de dívidas das famílias caiu entre abril e junho e voltou a ficar abaixo dos R$ 5 mil. Ainda assim, em 27% dos lares, deve-se mais do que soma dos rendimentos.
Por: Rodrigo Alvarez
O problema da inadimplência, no Brasil, tem aparecido com frequência cada vez maior no noticiário de economia. Em parte porque a facilidade de parcelar compras acabou alimentando esse volume de contas em atraso: 10% das famílias brasileiras não têm como pagar o que devem.
Seja em compras parceladas, cartões de crédito, empréstimos, financiamento de carros ou contas atrasadas, quase metade das famílias brasileiras tem hoje algum tipo de dívida.
“Comprei no cartão e o que eu ganhava no mês não dava para pagar, só dava para pagar o aluguel de casa”, conta um homem.
O valor médio das dívidas das famílias caiu entre abril e junho e voltou a ficar abaixo dos R$ 5 mil. Ainda assim, em 27% dos lares, deve-se mais do que a soma dos rendimentos.
“Eu acho que tem uns oito mil reais. Meu filho, é muito mais do que eu ganho por mês”, diz a aposentada Maria de Lourdes Schroeder.
Um certo nível de endividamento, segundo os economistas, é considerado positivo: significa aumento da capacidade de consumo. O que preocupa são os 10% das famílias que disseram na pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que já não têm como pagar suas dívidas.
Segundo o Ipea, o percentual não é alto, mas são famílias no limite da inadimplência, e se não fizerem nada correm o risco de ficar como a aposentada Gilda Ferreira de Oliveira, deve R$ 6 mil e agora tenta limpar o nome na praça.
“Está certo que leva um tempinho, mas é uma quantia que vai dar para acertar”, diz a pensionista.
Para o economista do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), de Boa Vista Flávio Calife, a saída é renegociar as dívidas.
“Pode ser um refinanciamento de algum bem ou pode ser uma troca de dívida maior, de maior juros, por uma divida de menor juros”, orienta ele.
A família que gastou junta…
“A gente começou a fazer dívida, na euforia do casamento, embolou tudo e não conseguiu pagar mais”, conta a vendedora Tatiana Barros.
Agora tem saído junta para resolver as pendências.
“Consegui renegociar. Saiu muito mais barato, no próprio banco, renegociando”, diz o metalúrgico e marido de Tatiana, Gilberlan Caetano.
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