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Selic a dois dígitos encarece o crédito e cresce inadimplência

por: Afonso Bazolli
em: Cobrança
fonte: Brasil Econômico
28 de novembro de 2013 - 18:11

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Por: Marcelo Loureiro

Representantes de entidades do comércio e da indústria apontam para esgotamento das ferramentas monetárias para controle da inflação, pois país voltou a ter maior taxa real do mundo e ainda não é suficiente

“O impacto do comprometimento da renda para pagamento de dívida em um ambiente em que os ganhos crescem mais devagar, resulta em consumo menor” O que percebemos é que, quando a Selic sobe, os bancos ficam mais seletivos. E quem sofre mais com isso são as micro e pequenas, cada vez mais distantes do crédito”

A expectativa do mercado, refletida no boletim Focus do Banco Central, é de aumento de 0,5 ponto percentual na taxa, que chegaria a 10%. O suspense maior fica com as indicações para a Selic em 2014. Indicações mais claras sobre o entendimento do comitê virão somente na semana que vem, quando é divulgada a ata da reunião. Mas para as cinco instituições que mais acertam as projeções da Selic no médio prazo, a taxa terminará 2014 em 11%.A esperada alta da Selic viria para controlar a inflação — que acumula 5,78% ao ano —, mas outros índices importantes têm dado mostras da deterioração da atividade econômica, o que vai se acentuar com o aperto monetário. “A subida de juros é para desincentivar as compras, mas já há outras forças atuando sobre a desaceleração do ritmo de consumo das famílias”, diz Marianne Hanson, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Hoje, a instituição apresenta os resultados Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Um dos pontos de preocupação é o aumento no grupo de famílias endividadas. A média do ano está em 62,5%. Em 2012, o indicador foi de 57,9%.

“O impacto do comprometimento da renda para pagamento de dívida em um ambiente em que os ganhos crescem mais devagar, resulta em consumo menor. O crédito, acompanhando a Selic, está mais caro. As condições estão menos favoráveis para o consumo e para renegociar dívidas”, explica Marianne. Para o Natal, a projeção da Divisão Econômica da CNC é de crescimento inferior das vendas em 2013. Na comparação com 2012, a queda projetada é de 3 pontos percentuais. O estudo projeta avanço de 5% no volume de vendas, ao passo que em 2012, quando a taxa básica de juros estava Marianne Hanson Economista da CNC Joseph Couri Presidente do Simpi menor, o crescimento nas vendas foi de 8,1%.

Apesar do aumento de famílias com dívidas, a inadimplência medida pela CNC está estabilizada desde 2012, em 21%. “Mas a expectativa é de que aumente. O encarecimento do crédito provoca isso”, prevê a economista da Confederação.

O Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) contratou pesquisa recente que revelou que, em outubro, 38% das empresas que representa sofreram algum tipo de calote.

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