O banco Daycoval registrou um lucro líquido de R$ 82,5 milhões no quarto trimestre de 2012, com uma redução de 9% ante igual período de 2011. Em meio à inadimplência das empresas de médio porte que tomaram crédito, o resultado do banco se reduziu.

O ano de 2012 terminou para o Daycoval com um índice de atraso acima de 90 dias nos pagamentos de 2%, bastante superior ao 0,7% de dezembro de 2011.

Isso puxou as despesas com provisão para devedores duvidosos, que somaram R$ 99,5 milhões de outubro a dezembro de 2012, valor 88,4% maior do que em igual período de 2011.

“Tivemos um ano de inadimplência. Esse acabou sendo o destaque do balanço. Por outro lado, consideramos que mesmo assim conseguimos um bom resultado”, diz Morris Dayan, diretor-executivo do Daycoval. No acumulado do ano, o banco apresentou lucro líquido de R$ 357,5 milhões, 17,2% mais do que em 2011.

Com medo dos calotes, o Daycoval foi mais cauteloso nos desembolsos. A carteira de crédito alcançou R$ 7,524 bilhões, com queda de 2,6% na comparação com o quarto trimestre de 2011. Em relação ao período de julho a setembro, a diminuição foi de 1,6%.

Esse encolhimento se deu por causa da redução dos empréstimos para médias empresas. O estoque de crédito para pessoas jurídicas teve queda de 16,1% em 12 meses e 4,6% em três meses, para R$ 4,42 bilhões.

Outras modalidades de crédito, que correspondem a 41% do estoque total do Daycoval, tiveram crescimento. O consignado, por exemplo, avançou 30,6% em 12 meses, para R$ 2,33 bilhões.

A expansão das despesas operacionais do banco também contribuiu para a redução do lucro no quarto trimestre de 2012 em relação ao mesmo período de 2011. O Daycoval gastou R$ 124,6 milhões, cifra 27,5% maior do que de outubro a dezembro de 2011.

O Daycoval não divulgou projeção de desempenho para este ano. “2013 é uma pergunta sem resposta. Não temos a menor ideia se a carteira de médias empresas vai voltar a crescer”, afirma Dayan. “O desempenho vai depender da retomada da economia.”

Segundo o executivo, mesmo que as novas concessões de crédito não ocorram, o banco deve ter em 2013 um resultado melhor do que no ano passado. Isso por causa da inadimplência. “O índice deve ser menor, então só isso já vai ajudar no desempenho.”

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