Controle de despesas faz lucro do Bradesco subir
Por: Carolina Mandl e Daniela Machado
No ano em que conseguiu, enfim, domar a inadimplência, o Bradesco registrou um lucro líquido ajustado de R$ 12 bilhões, com crescimento de 5,5% na comparação com 2012.
Em meio a esforços para melhorar os sistemas de avaliação de risco e à opção por conceder empréstimos em linhas com mais garantias, o índice de atrasos no Bradesco fechou 2013 em 3,5%. É o menor indicador do banco dos últimos cinco anos, com um recuo de 0,6 ponto percentual em 12 meses.
Outros itens se somaram ao fato de o banco não ter mais tantas despesas com provisão para créditos de má qualidade. No ano, por exemplo, as receitas de prestação de serviços somaram R$ 19,8 bilhões, crescimento de 13% na comparação com 2012. Em outra ponta, as despesas administrativas e com pessoal do banco tiveram crescimento abaixo da inflação no ano passado, de 4,69%, com R$ 27,6 bilhões.
Essa é uma combinação que se seguiu ao longo de todo o ano passado, permitindo ao banco driblar um crescimento do crédito mais fraco. No quarto trimestre, o banco alcançou um lucro líquido de R$ 3,079 bilhões, com alta de 9,6% na comparação com igual período de 2012.
Com expansão abaixo da média do sistema financeiro, o estoque de empréstimos do Bradesco pelo critério adotado pelo Banco Central atingiu R$ 323,061 bilhões em dezembro. Isso representou uma expansão de 3,66% sobre igual mês de 2012, e de 11% ante setembro.
Pelo conceito de carteira expandida, que inclui avais, fianças e operações de antecipação de recebíveis, o saldo ficou em R$ 427,273 bilhões. Em 12 meses, o crescimento foi de 10,8%, ligeiramente abaixo do piso da projeção que o banco tinha feito para 2013, que era de expansão entre 11% e 15%.
No acumulado do ano, foram os desembolsos para pessoas físicas que tiveram melhor desempenho, com alta de 11,2%, enquanto para as empresas o crescimento foi de 10,6%.
O Bradesco afirma que o crédito consignado, o financiamento imobiliário e à exportação ditaram o ritmo. Por outro lado, o financiamento a veículos para pessoas físicas sofreu queda de 9,31% no ano. No último trimestre, esse cenário se inverteu, com as operações para pessoas jurídicas crescendo 3,9%, e os desembolsos para consumidores tendo alta de 2,9%.
Para 2014, o Bradesco divulgou ontem que prevê um aumento da carteira de crédito expandida um pouco mais contida, entre 10% a 14%, sendo que o melhor desempenho deve vir das pessoas físicas (11% a 15%). Para as empresas, a perspectiva é de crescimento entre 9% e 13%.
Em entrevista a jornalistas, Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, afirmou que a meta mais modesta de expansão do crédito neste ano reflete o “mau humor” dos investidores com os países emergentes. A previsão inicial do banco, porém, é ficar no centro do intervalo da projeção, ou 12%, o que representaria uma alta superior àquela alcançada no ano passado.
Para a inadimplência, o Bradesco projeta uma tendência de estabilidade, com alguma possibilidade de redução. Com isso, o banco conseguiria manter as despesas com provisões no mesmo patamar de 2013, em R$ 12 bilhões.
A maior evolução ao longo deste ano deve vir da margem financeira, que deve crescer de 6% a 10%. Em 2013, o crescimento foi de 1,6%, com R$ 42,7 bilhões.
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