Atualmente, o índice de inadimplência do segmento de veículos, incluindo modelos novos e usados e motocicletas, está em 4,4% dos contratos. Significa que há cerca de R$ 9 bilhões em valores não pagos, levando-se em conta que o tamanho da carteira é de R$ 203,8 bilhões. O porcentual de calote já chegou a 6,4% em 2012, mas estava em 2,5% em 2010.
Nos Estados Unidos, a inadimplência é inferior a 1% dos contratos. O processo de recuperação é bastante ágil. A financeira fica com uma cópia da chave do carro e, após o atraso de uma prestação, envia uma notificação e, sem envolvimento da Justiça, vai atrás do bem. Quando não encontra o veículo, contrata profissionais conhecidos como hound dogs (cães farejadores) que localizam o carro e o recuperam.
No Brasil, os bancos recorrem a empresas especializadas em cobrança. Há cerca de mil delas atuando em todo o País, com aproximadamente 25 mil funcionários. As 16 maiores do ramo são representadas pelo Instituto de Gestão de Excelência Operacional em Cobrança (Igeoc). Elas buscam uma cobrança amigável e, se não conseguem um acerto, o processo vai para um escritório de advocacia que move a ação jurídica.
Só as empresas do Igeoc recuperam anualmente mais de R$ 7,5 bilhões na carteira de veículos em débitos atrasados. Na fase de cobrança, as empresas oferecem o parcelamento das dívidas, dão descontos “agressivos” e prazos mais longos, informa Jair Lantaller, vice-presidente do Igeoc. “Mais de 90% das cobranças resultam em acordo, mas o porcentual que vai para a Justiça é muito, considerando-se o valor médio de um veículo, de R$ 30 mil”, diz Lantaller.
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