Primeiro, a pessoa deixa de pagar uma conta. Depois, renegocia a dívida com o credor. E, mais tarde, acaba atrasando o pagamento da dívida renegociada. O Brasil viu isso acontecer num volume que não se registrava desde dezembro de 2011, segundo o Banco Central.
No Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, a aposentada Sueli Moreira fez dívidas, renegociou e novamente não conseguiu pagar. “Cada vez que refinancia, aumenta mais os juros, os embutidos, e fica impagável”, comenta.
E muitos brasileiros não estão pagando. O nível de inadimplência no país é de 7,6%. Mas, entre as dívidas renegociadas e que mesmo assim não foram quitadas, esse percentual triplica. Ou seja: de cada R$ 100 devidos, R$ 22 não são pagos.
Com a ajuda da defensoria, Sueli conseguiu reduzir suas dívidas de R$ 300 mil para menos da metade. “Sensação de estar tomando controle da vida, das finanças, do viver. É uma sensação indescritível”, diz.
Não é fácil controlar os gastos diante de tantas ofertas de crédito e produtos. Por isso os economistas dizem que é preciso ficar atento.
Usar o dinheiro reserva, entrar no cheque especial, começar a pagar apenas o valor mínimo do cartão de crédito são sinais de que você está gastando mais do que ganha e talvez assuma dívidas que não possa pagar. O recomendado é dever no máximo até 30% da renda mensal líquida.
“O ideal é que façam uma planilha, um caderno, escrevam gastos, para saber para onde o dinheiro está indo”, recomenda Letícia Camargo, planejadora financeira.
O autônomo Elias Pereira de Melo devia o dobro do que ganhava. Agora conseguiu ajustar os valores.
“Eu abusei, passei dos limites, agora vou ter uma noite de sono tranquila. Dormir de olho fechado”, comemora.
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