Dificuldade para pagar dívidas atinge 45% da classe C e 48% da classe D/E. Segundo especialista, brasileiros não planejam o orçamento.
Uma pesquisa feita pela Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SPC), mostra que a inadimplência tem se concentrado nas classes de menor renda. A dificuldade para pagar as dívidas atinge 45% da classe C e 48% da classe D/E, índice que cai para 38% na classe B e para 15% na classe A.
Segundo o diretor da administradora, Fernando Cosenza, os consumidores não planejam o orçamento. “Os brasileiros de todas as faixas de renda, mas principalmente das rendas mais baixas, pensam no valor da parcela na hora de pegar um empréstimo. Isso é reflexo de falta de educação financeira”, afirma. O especialista explica que o ideal é prestar atenção aos juros e imaginar quantos meses de economia seriam necessários para efetuar o pagamento à vista.
Para 34% dos entrevistados, o desemprego é o principal motivo para a inadimplência, seguido pelo descontrole dos gastos (29%) e do hábito de emprestar o nome (25%). O nome sujo, forma popular para dizer que alguém está inadimplente, atinge 23% da classe C e 21% da classe D/E. “Isso derruba o mito de que os consumidores de renda mais baixa são bons pagadores. Talvez isso fosse verdade no passado, quando o crédito era muito escasso para essa faixa de renda”, acredita o especialista.
A pesquisa aponta ainda que um quarto dos entrevistados tem mais de 50% da renda comprometida. “Especialistas no mercado dizem que uma família deve comprometer até 30% da sua renda com pagamento de parcelas de empréstimos e financiamentos”, diz Cosenza. Ele ressalta que contrair dívidas é saudável e pode contribuir, por exemplo, para aumentar o patrimônio familiar, desde que seja feito um planejamento adequado.
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