Por: Maria Lúcia D’Urso
Não são somente os adultos que sofrem com o endividamento. As pessoas com pouca idade também. Segundo o SCPC Brasil, aproximadamente 6,3 milhões de jovens entre 18 e 24 anos estão com restrições no CPF, em razão de atrasos financeiros. Este número representa 26% (pouco mais de um quarto) da população brasileira compreendida nesta faixa etária. Vale ressaltar que quando um jovem norte-americano ou europeu se endivida com cartões de crédito, os juros a serem pagos são de 10 a 20% ao ano. Já no Brasil, eles chegam a quase 260%, índice acumulado em 2014.
Esse alto índice de nomes com impedimento ao crédito tem sua razão de ser. “A falta de experiência e uma abundante oferta de produtos e serviços próprios a esses clientes, ávidos por curtir a vida por meio do consumo, se transforma em uma mistura explosiva”, argumenta Wilson Justo, diretor de Marketing, Relacionamento e RH da Sorocred. Segundo ele os jovens estão com acesso mais amplo ao crédito, sobretudo por estarem também com mais oportunidades de emprego, pelo menos por enquanto.
A falta de educação financeira é um fator que provoca esse endividamento. Destaca-se que o comportamento dos pais pode vir a se refletir no dos filhos, de acordo com Justo. “O mimetismo social, de forma geral, também conduz os jovens ao consumo. Eles seguem uma onda de “ostentação” que os leva ao consumismo em busca de um status nem sempre compatível com suas rendas”, explica.
Dos segmentos de consumo o que mais contribui para a inadimplência é o de telefonia, o qual compromete a renda dos jovens. Segundo Justo as linhas de crédito mais complexas, como CDC Veículos e CDC Imobiliário, que poderiam causar estragos maiores, já são naturalmente escassas a esse público, em decorrência das políticas de crédito das instituições financeiras. Portanto, é no consumo de “semiduráveis” e linhas de crédito pessoal que os jovens iniciam suas experiências como devedores.
Entretanto, algumas medidas podem ser tomadas para evitar o inconveniente endividamento. Os jovens precisam saber o quanto ganham e o que podem gastar. Precisam ainda priorizar gastos e ter em mente onde quer chegar. Justo recomenda ainda que esse público poupe de 20% a 30% de sua renda.
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