Por: Marcelo Brandão
O Brasil passa por uma recessão profunda, onde cada real perdido compromete o fluxo de caixa de uma empresa. Entender as causas da inadimplência passou a ser uma questão de sobrevivência para os negócios.
Mas, como se gera a inadimplência? Tão importante quanto tratar um cliente inadimplente de maneira correta é perceber quem é o gerador de inadimplência. “O setor de vendas numa organização é separado de outros setores do negócio. Logo, o que resta dessa venda, muitas vezes, se transforma numa pressão para a empresa, seja para obter maiores lucros ou para garantir participação de mercado. Logo, quem é o gerador dessa inadimplência? É só o cliente final?”, provoca Alexandre Moreira, CEO da AeC. Na visão do executivo, este título, Inadimplente, é um título geral. “Um comportamento impulsionado também pelas próprias organizações na busca pela maximização de resultados”, completa Moreira.
Onde surge o cliente inadimplente?
Outro aspecto importante para Moreira é perceber em que ponto da jornada de consumo surge o potencial inadimplente. “Hoje, a inadimplência surge no consumidor impulsivo e até naquele que consome por sobrevivência. Neste momento a análise da jornada de consumo se torna a chave para detectar este cliente e trabalha-lo de maneira correta. Para que ele não comprometa sua renda e, consequentemente, os negócios de uma empresa”, aponta Moreira.
De acordo com o executivo, o fundamental é estarmos “aptos a analisar o ponto central da geração da inadimplência” no País. “Como reduzir isso, se ainda trabalhamos com volume de vendas quantitativos e não qualitativos?”, alerta. Para Moreira, isso pode se agravar nos próximos anos e levar empresas a níveis de inadimplência que certamente comprometerão seu negócio no longo prazo.
Qual a saída?
Para Alexandre Moreira, no meio de um cenário turbulento, a recessão – teoricamente – pode reduzir o consumo na cadeia final e contribuir com a baixa da inadimplência, já que há uma diminuição na produção de produtos e oferta de serviços. “Por outro lado, uma reformatação de processos de negócios, que poderia contribuir para um consumo mais sustentável, é completamente dependente da mudança política e econômica do País. Mesmo porque se não ninguém se encoraja”, analisa Moreira. Para, o executivo, o processo de inadimplência, neste momento, não tem nenhuma tendência de redução.
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