A Caixa Econômica Federal fechou o primeiro trimestre com a maior taxa de inadimplência em cinco anos. O aumento foi motivado, principalmente, pelos atrasos nos financiamentos ao consumo e para empresas.
A inadimplência chegou a 2,6% da carteira de crédito em março de 2014. Os atrasos para pessoas físicas ficaram em 5,5%, maior nível desde a crise financeira que travou o crédito no país em 2009.
Para as empresas, a decisão de reduzir o crédito a grandes companhias e focar em pequenas e médias, segundo o banco, levou o índice de inadimplência a 2,7%, maior patamar desde 2008. Na habitação, o nível de atrasos continua em 1,9%.
O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, afirmou que o banco está tranquilo em relação à inadimplência, pois a carteira de crédito é de boa qualidade e os atrasos são menores que a média do mercado (3%).
Ele prevê que o indicador se mantenha entre 2,1% e 2,7% ao longo do ano.
Percival destacou ainda que o banco aumentou a margem de lucro e a receita com crédito. Esses resultados, somados a ganhos maiores com títulos públicos e serviços, garantiram à Caixa um lucro de R$ 1,5 bilhão no trimestre, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2013.
Apesar do lucro maior, houve piora nos indicadores de retorno, em relação a ativos e patrimônio, que estão no menor nível em três anos.
Percival afirmou que a tendência é de desaceleração na liberação de crédito. A carteira de empréstimos cresceu 33% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 520 bilhões. Há um ano, o ritmo de alta era superior a 40%.
A meta era terminar 2014 com expansão dentro de até 25%. Agora, a instituição já fala em algo entre 20% e 22%.
A desaceleração reflete, segundo o banco, a menor demanda dos clientes e limitações da própria instituição.
O índice que mostra a relação entre empréstimos e capital chegou a 13,7% em março. O banco esperava terminar o ano com, no mínimo, 13,5% (para cada R$ 100 emprestados, R$ 13,5 de capital).
Agora, a Caixa projeta terminar o ano com o indicador em 13%, mais próximo do limite de 11% fixado pela legislação. Para continuar a emprestar, a instituição precisará em 2015 de nova injeção de recursos do governo.
Mesmo com a desaceleração, o banco continua a ganhar espaço sobre a concorrência. Hoje, já responde por 29% dos empréstimos a pessoas físicas, sem considerar o segmento de habitação, no qual a participação é de 68%.
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