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16 de setembro de 2013 - 19:58

Bancos-publicos-vao-comecar-a-sentir-efeito-da-inadimplencia-televendas-cobranca

Por: Caio Zinet

O baixo crescimento econômico e o aumento da inflação devem afetar os resultados dos bancos no segundo trimestre do ano, afirmam analistas de mercado e professores. As instituições públicas devem começar a apontar uma queda nos resultados afetados, sobretudo pela decisão do governo em usar esses bancos como parte de uma política de promoção do aumento no nível do crédito nos últimos anos.

Segundo o analista independente e diretor do Instituto de Formação Profissional (Infopro), Richard Rytenband, em 2009, cerca de 35% do crédito nacional foi concedido pelas instituições financeiras públicas, em maio desse ano esse índice chegou a quase 50%. Essa expansão acelerada no poderia aumentar a exposição a riscos, principalmente de inadimplência, afetando os resultados e o lucro das estatais.

Nesse cenário, os bancos privados estão numa posição melhor, pois não acompanharam a movimentação feita pelo governo sendo mais rigorosos na análise de riscos. Além disso, o Bradesco e o ItaúUnibanco reduziram a participação de segmentos de crédito de maior risco de sua carteira, como é o caso do financiamento de veículos.

“A tendência para os próximos meses, que deve começar a ser notada já no segundo semestre, é de um aumento da inadimplência nos bancos públicos e uma queda, ou ao menos uma estabilização, nas taxas das grandes instituições privadas”, afirmou.

Para o analista de mercado da Ativa Corretora, Marcelo Torto, não há clareza sobre os riscos assumidos pela Caixa Econômica e o Banco do Brasil no que tange a política de empréstimos. “O mercado está com medo do aumento da exposição desses bancos, principalmente no médio prazo. Não há clareza sobre quais critérios foram adotados para análise de riscos e, portanto, não temos segurança sobre o futuro desses bancos”, analisou.

“Com o objetivo de aumentar a oferta de crédito no mercado, o governo federal se utilizou dos bancos públicos. Os privados tentaram acompanhar esse movimento por um tempo, mas viram que isso poderia aumentar muito seus riscos e voltaram a ser mais comedidos e criteriosos”, afirmou o diretor da Escola de Investimento Leandro & Stormer, Leandro Ruschel.

Os grandes bancos privados, principalmente Bradesco e Itaú, devem apresentar uma melhor no nível de inadimplência e um aumento de liquidez no segundo semestre. A Ativa Corretora espera queda entre 0,1% e 0,2% nos níveis de inadimplência dos dois bancos. Além disso, aposta também que o lucro líquido do Bradesco crescerá entre 2,5% e 2,6% e do Itaú em torno de 3% na comparação com os resultados do primeiro trimestre de 2013.

“O crédito dessas instituições devem apresentar uma melhora significativa, crescendo entre 2% e 3%, o que é uma bom índice se considerarmos todo o cenário macroeconômico. Além disso, a qualidade desses empréstimos deve melhorar na comparação com o trimestre passado com diminuição na exposição da carteira dessas instituições”, concluiu Marcelo Torto.

O Santander deve ser o único dos privados fora dessa tendência. “O Santander deve apresentar resultados abaixo do mercado, eles ainda estão impactados pela crise na matriz espanhola e um nível alto de inadimplência pela aposta nos empréstimos para pequenas e médias empresas”, afirmou Richard.

“O mercado não tem clareza sobre os resultados do BB, pois ainda não temos acesso aos critérios de concessão de crédito utilizados por eles, e portanto, sobre como os riscos assumidos impactarão”, afirmou Marcelo.

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