Por: Pedro Souza
Quatro dos seis maiores bancos deixaram de prestar serviço que são obrigados por determinação do BC (Banco Central). Essas instituições negaram ou omitiram a possibilidade de clientes mudarem suas contas-corrente para o pacote de serviços essenciais, que é gratuito a qualquer pessoa.
Esta foi a constatação de pesquisa desenvolvida pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) nas agências bancárias. Os pesquisadores abriram contas-correntes em dezembro e em março procuraram as instituições para transferir para pacotes essenciais – opção que entrou em vigor em 2008. Com ele, o cliente tem, por mês, quatro saques, duas transferências entre contas do mesmo banco, dois extratos do mês anterior, um extrato anual, dez folhas de cheque para clientes que se encaixam dos requerimentos do banco e consulta ilimitada ao site da instituição.
O funcionário do HSBC, segundo o Idec, disse que não existia conta gratuita no banco. Em nota, a empresa se defende alegando que “uma oferta que eventualmente não esteja enquadrada no perfil do cliente ou ainda uma informação incorreta sobre a opção pelos serviços essenciais pode ocorrer em função de falha pontual”.
No Banco do Brasil, o atendente disse ao agente do Idec que o sistema de seu computador tinha alguma falha que não deixava criar a conta essencial. A instituição não respondeu ao pedido da equipe do Diário.
Segundo o Idec, no Santander e no Bradesco, os funcionários das agências tentaram persuadir os pesquisadores a aderirem contas pagas antes de liberarem a criação do pacote essencial.
“O Santander esclarece que o funcionário apresentou ao cliente opções de acordo com seu perfil e, por fim, atendeu ao pedido do cliente”, explicou o banco.
Já o Bradesco afirmou que cumpre todas as determinações do BC e “que a opção de aquisição ou contratação de qualquer produto ou serviço é decisão do cliente e o Bradesco respeita essa escolha”.
SEGUINDO AS REGRAS – Por outro lado, a Caixa Econômica Federal e o Itaú Unibanco não apresentaram dificuldade para que os pesquisadores mudassem suas contas para os pacotes essenciais. Em nota, o Itaú disse que busca a satisfação do cliente, respeitando o seu desejo e também “oferecendo a possibilidade de aderir a pacotes que melhor se enquadrem ao seu perfil de relacionamento com o banco”. A Caixa não respondeu até o fechamento desta edição./CW
No entanto, o gerente de comunicação do Idec, Fulvio Giannella, alertou que nenhum dos seis bancos, em dezembro, apresentou aos pesquisadores como uma opção o pacote essencial.
MOTIVOS – Ele deixou claro que não era papel da pesquisa analisar os motivos que levaram os quatro bancos a omitirem ou negarem a criação do pacote grátis, mas acredita em duas hipóteses. “Ou os atendentes desconhecem esse tipo de conta, talvez por falta de treinamento, ou eles são orientados pelas instituições a não ofertar”, avaliou Giannella.
Caso o consumidor encontre situação parecida, o gerente do Idec orienta a reclamação na ouvidoria dos bancos. “Mas se não resolver desta maneira, é interessante recorrer a outros órgãos, como o Procon do município em que reside, ou mesmo ao BC”, elucidou. Giannella disse que as reclamações contribuem para que os órgãos cobrem ainda mais das instituições financeiras.
No BC, é possível reclamar pela internet, na seção ‘Fale conosco′ do site
www.bcb.gov.br, pelo telefone gratuito 0800-979-2345, ou por carta para o endereço Av. Paulista, 1.804 – Andar Térreo, Bela Vista, São Paulo – SP, CEP 01310-922.
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