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Bancos conseguem manter calote sob controle

por: Afonso Bazolli
em: Cobrança
fonte: Valor Econômico
12 de março de 2014 - 18:03

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Por: Felipe Marques

Janeiro foi um teste de resistência para a qualidade do crédito nos bancos brasileiros. Uma prova pela qual as instituições financeiras se saíram bem, a julgar pela estabilidade dos indicadores de inadimplência.

Em um mês em que o efeito calendário costuma pesar no orçamento das famílias – com o acúmulo de gastos com escola e tributos (IPVA e IPTU) -, a estabilidade dos calotes na pessoa física traz um bom sinal. Em janeiro, a taxa de inadimplência geral na pessoa física repetiu os 4,4% registrados em dezembro. Considerando-se apenas os recursos de livre aplicação, o que exclui o crédito imobiliário, a taxa passou de 6,7% em dezembro para 6,6%.

“A inadimplência foi um dado positivo para os bancos. É um sinal de que as políticas mais restritas de crédito estão funcionando”, afirma Wermeson França, economista da LCA Consultores.

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Por outro lado, as famílias não passaram ao largo do aperto no orçamento típico do período. Prova disso foi o aumento de 7,7% no estoque do cheque especial em janeiro, ante dezembro, a R$ 21,8 bilhões. Essa ajuda emergencial para a gestão de caixa não saiu barata. As contratações na linha cresceram justamente no período em que os juros dessas operações chegaram ao maior nível desde junho de 2012: 153,97% ao ano, segundo o BC. Em dezembro, estavam em 147,93%. Com isso, as dívidas financeiras tendem a pesar mais no orçamento das famílias, potencializando a possibilidade de calotes.

O efeito calendário também pressionou os indicadores antecedentes de inadimplência, nota a equipe de análise do Bank of America. “De fato, apesar de uma melhora nas taxas de inadimplência acima de 90 dias no varejo, observamos que a taxa antecedente de inadimplência se deteriorou 30 pontos-base no mês. Isso é atribuível ao impacto de diversos impostos em janeiro, assim como a um efeito comparação ante dezembro, quando o 13º salário é pago”, afirmam os analistas do banco. Os atrasos entre 15 e 90 dias na pessoa física, com recursos livres, subiram de 6,2% em dezembro para 6,5% em janeiro.

Outro fator que também pesa em prol do calote é o ciclo de aperto monetário, que tem correlação histórica com aumento da taxa de inadimplência. Com o juro básico de 10,75% ao ano, depois de mais um aumento de 0,25 ponto na noite de quarta-feira, era de se esperar que as taxas mais altas pesassem no orçamento das famílias.

Não só os bancos têm apostado em linhas de crédito com garantias mais fortes, como consignado e imobiliário, em que a inadimplência é menor, como também têm se mostrado mais seletivos na escolha do tomador. Enquanto o estoque total de operações para pessoa física cresceu 1% no mês, o saldo de financiamento habitacional avançou 1,8% e o de consignado, 1,1%.

Um levantamento conduzido pelo BC, a Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito, mostra que no primeiro trimestre os bancos esperam aumento na demanda por crédito, embora devam manter a oferta mais restrita nesse período. Seletividade que vai ajudar no controle de calotes, embora prejudique um avanço nos desembolsos.

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