Por: Jairson Vitorino
O ano era 1993. Eu, um graduando em Ciência da Computação, tinha viajado para o congresso nacional da Sociedade Brasileira de Computação em Gramado, no Rio Grande do Sul. Antes passei em Porto Alegre, pois meu orientador de iniciação científica tinha me pedido para visitar o grupo de pesquisa em redes neurais na UFRGS com o qual pretendíamos cooperar. No dia marcado, um dos alunos de mestrado fez a primeira demo que vi na vida de um sistema de reconhecimento de voz usando redes neurais e transformadas de Fourier. Era um protótipo muito simples que reconhecia os números de 0 a 9. Mesmo assim me impressionou: saí de lá convencido de que no futuro todo o planeta falaria com computadores.
24 anos depois parece que estamos prontos para este upgrade no relacionamento entre humanos e máquinas. No YouTube centenas de vídeos mostram crianças interagindo com o Amazon Echo, a casa da simpática Alexa – nem sempre com resultados precisos, mas com frequência engraçados. O ProductHunt mudou (temporariamente?) seu nome para AlexaHunt e a cena de dois Google Home conversando durante dias já é clássica.
Correndo por fora (ainda sem voz, mas por pouco tempo, suspeito) os bots do Facebook já conversam com milhares de pessoas todos os dias. Na E.life, inclusive, já desenvolvemos mais de 20 bots para marcas como Dotz e Cacau Show.
O tema é tão quente que foi capa da influente revista britânica The Economist. A matéria afirma, entre outras coisas, que a tecnologia de voz e seus produtos serão ainda mais revolucionários do que as telas sensíveis ao toque popularizadas pelo iPhone.
Bots como plataforma
Exatamente como fez a Apple com o iPhone, empresas como Google, Amazon e Microsoft desenvolveram nos últimos anos componentes que formam, agora, uma plataforma completa para qualquer empresa lançar seus próprios produtos usando a tecnologia de voz. Estas plataformas possuem recursos para entender e reagir a comandos de voz e permitem a qualquer desenvolvedor criar “apps” que utilizem esses recursos. Por exemplo, a Deutsche Bahn (companhia ferroviária alemã) desenvolveu para a Alexa, um serviço de informações sobre todos os horários de trens (disponível, por ora, somente no idioma alemão). Basta dizer “Alexa, pergunte a Deutsche Bahn horários de trem para amanhã de manhã de Frankfurt para Paris” e ela fornece o roteiro pedido.
A princípio essas plataformas estão disponíveis globalmente (embora o Amazon Echo e o Google Home ainda não tenham sido oficialmente lançados no Brasil) e qualquer empresa pode começar a desenvolver seus bots. Imagino que num futuro próximo qualquer um dos diálogos abaixo, entre consumidores e máquinas, será possível:
OK, Google, compre minha lista de compras ‘jantar’ no Pão de açúcar.
Alexa, transfira 100 reais para a conta do meu filho.
Alexa, tem alguma promoção de jeans na Riachuelo?
Alexa e Google Home prometem fazer muito barulho no mundo este ano e é possível até que cheguem ao Brasil em breve. O Facebook Messenger já está disponível no país e a E.life estuda combinar opções das várias plataformas, por exemplo: usar o recurso de reconhecimento de voz do Google em um bot para Facebook. As possibilidades serão incríveis!
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