Por: Cássia Marchetti
Ausência gera consequências negativas na produção, no caixa e no relacionamento com a equipe
Clientes insatisfeitos, comprometimento da produtividade, aumento de horas extras para os outros componentes da equipe, custos de contratação temporária para suprir a ausência do funcionário afastado e perda de prazos, são algumas das consequências causadas pelo absenteísmo nas empresas.
“O absenteísmo gera diversos impactos negativos na produção como declínio dos lucros e organização do orçamento, que sofre pela perda da receita e pelo encarecimento da mão de obra”, explica a engenheira de segurança do trabalho e técnica em processos trabalhistas, Marcia Ramazzini. Ainda segundo ela, o funcionário “recordista de faltas” também pode gerar problemas de relacionamento e, consequentemente, de produtividade. “Este tipo de funcionário acaba sendo mal visto pela equipe que começa a exigir uma atitude da liderança. Pois, as ausências acarretam sobrecarga para os outros”, ressalta a especialista.
O RH, assim como os líderes da organização, precisam entender qual é a causa deste absenteísmo e atacá-la. “De nada adianta ficar remendando a consequência. Se a causa for uma insatisfação no ambiente de trabalho, com a equipe ou salarial, percepção de favoritismo, entre outros, deve-se mapear o motivo e implantar práticas focadas para melhorar a satisfação no ambiente de trabalho”, esclarece a professora doutora da IBE-FGV especialista em RH e Gestão de Pessoas, Rita Ritz.
Em geral, visto como descomprometido e irresponsável, o funcionário que falta demais perde a confiança do líder direto e da diretoria da empresa. “A liderança acaba deixando de lhe atribuir funções importantes, prejudicando a carreira dele e dos demais membros do time. Além disso, ele passa a ser rotulado como ‘ausentista’ e nenhum outro líder vai querer ter esta pessoa na sua equipe”, destaca a professora.
Atestados médicos
Mascarar o verdadeiro motivo da ausência com atestados médicos tornou-se um “costume” que assombra os RHs. “Isso acontece, pois é mais fácil justificar uma falta alegando um problema de saúde do que dizer a verdade, quando a causa da falta ou afastamento é uma insatisfação no trabalho”, analisa Rita Ritz. Ela ressalta que, por mais difícil e constrangedor que possa ser a verdadeira causa, é melhor enfrentar a verdade e tentar uma solução negociada com o chefe. Agindo dessa forma, todos saem ganhando, pois evita-se que o ausentíssimo se torne recorrente. “O funcionário sente-se constrangido em dizer que está com problemas de relacionamento, que tem desafeto com algum colega de trabalho ou chefe e acaba usando o atestado para mascarar a origem do problema”, esclarece a especialista.
Sobre essa situação, a engenheira Marcia Ramazzini ressalta que é necessária cautela, pois se o problema for realmente uma doença, o setor de segurança do trabalho deve avaliar se ela é ocupacional ou não. “Esse é o grande diferencial das empresas que possuem uma Gestão de Risco adequada, pois além de seguirem normas que evitam esses problemas, reduzem o risco de perder um bom colaborador. Sem contar que evitam possíveis processos trabalhistas”, finaliza Marcia.
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