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05 de fevereiro de 2018 - 18:00

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Especialista propõe 7 perguntas que podem ser feitas numa entrevista de emprego para avaliar as competências comportamentais e emocionais de um candidato

Por: Claudia Gasparini

Inteligência emocional é um recurso fundamental para ser contratado e promovido em qualquer área ou nível hierárquico.

Uma pesquisa da consultoria TalentSmart mostrou que o QE (Quociente Emocional) de um profissional pode ser até mais importante para seu sucesso do que o celebrado QI (Quociente de Inteligência).

Segundo o estudo, cerca de 90% dos funcionários mais bem avaliados pelas empresas têm uma boa gestão de suas emoções. Apenas 20% daqueles com desempenho insatisfatório são dotados de tal característica.

Mas como saber se você tem um nível satisfatório de inteligência emocional – ou se ainda precisa investir mais no desenvolvimento dessa competência?

Para Harvey Deutschendorf, especialista em inteligência emocional e autor do livro “The Other Kind Of Smart” (Amacon, 2009), o desafio de medir essa competência é considerável.

Não à toa, diz ele, muitos recrutadores fracassam ao tentar avaliar qualidades como autoconsciência, autocontrole e empatia em candidatos a vagas de emprego.

“Muitos [headhunters] recorrem a seus instintos ou impressões subjetivas”, escreve Deutschendorf em artigo para o site da revista Fast Company. “Qualquer pessoa esperta já aprendeu a parecer inteligente do ponto de vista emocional numa entrevista, mesmo que não o seja realmente”.

Para ajudar profissionais de RH e candidatos, o especialista propõe 7 perguntas decisivas para medir essa competência num processo seletivo. O questionário não esgota as possibilidades de avaliação e pode ser adaptado. Confira a seguir:

1. O que mais incomoda você nas outras pessoas?

Deutschendorf sugere que a pergunta seja direcionada para o ambiente profissional, isto é, que o candidato fale sobre chefes, subordinados ou colegas de trabalho que o irritavam em seu emprego anterior.

A resposta contará muito sobre como você percebe e julga o comportamento das outras pessoas. Ao descrever como tentou conviver de forma pacífica com quem o incomoda, você ainda dará pistas sobre como entende o efeito do seu próprio comportamento sobre os demais.

2. Como foi um dia na sua vida em que tudo deu errado?

Não basta responder com um longo relato de uma jornada difícil. É preciso falar sobre o impacto dos acontecimentos sobre as suas emoções e, sobretudo, como você lidou com o caos e a frustração.

Você se martirizou por causa dos problemas e culpou os outros? Ou você se concentrou em procurar soluções? O objetivo desta pergunta é avaliar os mecanismos de resiliência do candidato, isto é, seu jogo de cintura diante de situações incertas e imprevisíveis.

3. Pense num colega de trabalho que virou seu amigo. Por que vocês se dão tão bem?

Quem nunca ouviu o ditado “Diz-me com quem andas e te direi quem és”? De fato, os relacionamentos interpessoais que construímos dizem muito sobre nossa forma de ser. Mas também há muita informação por trás da nossa própria percepção dessas relações.

Ao fazer essa pergunta, o recrutador pode identificar como o candidato se enxerga e o que valoriza nas outras pessoas. Quem descreve um relacionamento baseado no bom humor – a não ser que ele seja sarcástico ou agressivo – ganha pontos na visão de Deutschendorf.

4. O que você poderia ensinar às outras pessoas?

Sim, esta pergunta é bastante vaga e aberta. Mas justamente por isso ela pode suscitar reações tão reveladoras. O headhunter deve prestar atenção aos detalhes: como a pessoa usa expressões faciais, tom de voz e linguagem corporal para transmitir uma ideia ou conceito?

“Um candidato inteligente emocional assumirá a responsabilidade de se fazer compreender”, escreve o especialista no site da Fast Company. “A oportunidade de compartilhar seu conhecimento é empolgante para ele, não o induz ao estresse e exige habilidades de comunicação que esta pessoa adora exercitar”.

5. Pense numa pessoa que você admira. Por que ela é digna do seu respeito?

A ideia aqui é identificar os seus modelos de comportamento. O objeto do seu fascínio é uma pessoa extrovertida ou reservada? Trata-se de alguém com pensamento estratégico ou movido por suas intuições?

Não há resposta certa ou errada. Em alguns casos, o candidato falará sobre alguém com quem ele se identifica pessoalmente; em outros, mencionará uma pessoa que possui exatamente as características que lhe faltam. A resposta será ainda mais rica se incluir o que o entrevistado acha que tem em comum com a pessoa de que gosta – e também quais defeitos enxerga nela, apesar de sua admiração.

6. Do que você sente mais orgulho em sua vida? Por quê?

Esta questão permite avaliar a imagem que você faz de si mesmo, e também a importância que atribui ao julgamento alheio para o seu bem-estar.

Deutschendorf chama a atenção para um detalhe especialmente sintomático: o candidato dá crédito a outras pessoas pelas suas realizações ou descreve a si mesmo como um “herói” autossuficiente? Às vezes as conquistas são realmente individuais, afirma ele, mas pessoas com inteligência emocional não ignoram a importância do apoio de familiares, amigos e colegas para seu sucesso.

7. Se tivesse a sua própria empresa, que tipo de pessoa contrataria e por quê?

A pergunta permite avaliar as qualidades que você valoriza em outros profissionais, bem como a sua própria forma de se relacionar em equipe.

Variáveis ligadas à inteligência emocional poderão ser medidas no modo como o profissional descreve seus métodos favoritos de trabalho em grupo, os tipos de personalidade que mais o atraem e seu estilo de liderança, diz Deutschendorf.

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