Por: Silvia Fregoni, Carolina Mandl e Fernando Torres
Os resultados dos cinco maiores bancos do país — Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander — mostram que o setor viveu um trimestre atípico, com queda de lucros, a primeira desde o início de 2009, logo após a crise financeira provocada pela quebra do Lehman Brothers nos EUA. No quarto trimestre de 2011, eles tiveram lucro líquido total de R$ 11,86 bilhões, com umaredução de 9,2% em relação ao mesmo período de 2010.
O aumento da inadimplência, especialmente das pessoas físicas, é um dos principais fatores que explicam a piora nos resultados. Entre outubro e dezembro de 2010, ela consumiu 20,1% da margem financeira gerada. No último trimestre de 2011, o índice foi de 31,3%. A inadimplência já havia crescido nos trimestres anteriores, por causa da desaceleração da economia. A expectativa dos bancos era que a escalada chegasse ao pico nos últimos três meses de 2011 e perdesse fôlego neste ano. Mas o que se desenhou nas divulgações de resultados é diferente. As provisões para devedores duvidosos, que buscam proteger as carteiras de crédito de calotes futuros, continuam altas e os próprios bancos reconheceram que o aumento dos atrasos pode não estar no fim.
Considerando os créditos com atraso superior a 60 dias sobre o total da carteira, o Itaú foi o que registrou o maior indicador, de 5,9% no último trimestre, contra 5% no mesmo período de 2010. A segunda maior alta foi do Santander, de 4,7% para 5,5%. O presidente do Itaú, Roberto Setúbal, disse que “a inadimplência ainda deve escorregar um pouquinho no primeiro semestre, mas deve recuar na segunda metade do ano”.
No Banco do Brasil, o lucro líquido do quarto trimestre foi de R$ 2,972 bilhões, com queda de 25,7% em relação ao mesmo período de 2010. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve crescimento do lucro de 2,8%. O Banco Votorantim, em cujo capital o BB tem participação de 49,9%, encerrou o exercício com prejuízo de R$ 201 milhões. A perda no último trimestre foi de R$ 656 milhões.
A carteira de crédito dos cinco bancos avançou 21,3%, movimento puxado pela Caixa, que elevou o saldo de empréstimos em 42%. Sem o banco federal, a expansão dos demais teria sido de 17,9%, inferior à verificada pelo Banco Central no sistema financeiro todo.
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