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O que faço se o chefe é desagradável e inconveniente?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
30 de maio de 2017 - 18:00

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Por: Gilberto Guimarães

Trabalho há três anos em uma empresa de médio porte e ocupo um cargo de gerência. Lidero uma pequena equipe e o dia a dia corporativo transcorre sem maiores problemas. A única coisa que me incomoda bastante é o diretor-geral da companhia. Trata-se de um sujeito bastante competente, mas também, arrogante, espalhafatoso e inconveniente – embora não faça nada que, na prática, configure assédio. Para piorar, ele sempre marca encontros e jantares com os gestores fora do expediente, apenas para se exibir e jogar conversa fora. Sei que os outros gerentes, especialmente as mulheres, também não gostam da postura do diretor, mas todos agem de forma falsa e dissimulada, atendendo prontamente a todos os seus pedidos. Sinto-me desconfortável e irritada com tudo isso, e já não estou conseguindo nem mais disfarçar. O que devo fazer?

Gerente, 33 anos

Resposta:

Isto faz parte da vida em sociedade. Assim é, e sempre será. Sempre temos que conviver com pessoas que não gostamos, e com gente que não gosta de nós. Em princípio, esse “gostar” está associado com similaridade. Gostamos de pessoas similares a nós, aquelas que gostam daquilo que gostamos, que nos ajudam e colaboram conosco. Essa similaridade se expressa no comportamento, no estilo, nos valores e na forma de ser.

Perceber-se igual ao outro facilita a identificação, a empatia e gera afeição. Ou seja, o prazer em estar junto. Por outro lado, perceber o outro como diferente, estranho e imprevisível gera desconforto e apreensão. Assim, há rejeição e uma dificuldade em se estar próximo. Claramente, você e o seu diretor são muito diferentes. Você parece sóbria, conservadora, discreta, e esforça-se para que tudo ocorra como previsto. Ele parece ser expansivo, desbravador, não convencional, sempre procurando possibilidades e oportunidades de ação.

Ele parece ser do tipo que não gosta de situações rotineiras com regras e procedimentos. Você parece gostar que os procedimentos sejam claros e respeitados. Você tende a controlar os sentimentos e a sentir-se pouco à vontade em ambientes “barulhentos” e não estruturados. Em contrapartida, seu diretor é extrovertido, falante e apreciador do contato interpessoal – sobretudo com pessoas que controla e com quem se sente seguro de sua posição. Ele gosta do poder e de impor sua liderança e isso incomoda e irrita você.

O importante é perceber que, nessas situações, não existe o certo e o errado, nem o bom e o mau. Não se deve fazer juízo de valor. Não adianta reclamar nem esperar que o outro mude e passe a ser aquilo que você gostaria que ele fosse. O que cabe é definir se o seu trabalho e sua carreira na empresa fazem sentido. Se fizerem, como parece, você precisa investir tempo e esforço para desenvolver um modo de convivência.

Como diz o professor Leandro Karnal, “conviver é um exercício de controlar o ‘eu’ e deixar o outro existir… conviver é abrir mão da minha liberdade, esperar que os outros abram mão um pouco da liberdade deles e que, assim, juntos, possamos achar um ponto em que o ‘nós’ seja possível”.

Para melhorar a convivência com alguém é fundamental tentar entender o que leva essa pessoa a ser como ela é, descobrir porque ela faz o que faz e aonde ela quer chegar. Todo mundo tem um objetivo. Mesmo sem gostar desse executivo, você pode mostrar que vai ajudá-lo a chegar lá e que ele também pode lhe ajudar a conseguir os seus objetivos. É só um acordo, nada mais.

Além disso, todo mundo precisa ser aceito, valorizado e acolhido. Não é tão difícil de perceber que seu diretor precisa de atenção. Exerça sua paciência. Faça um esforço para escutá-lo e dê um pouco de atenção a ele. Sempre será por pouco tempo, pois ambos são muito ocupados. Conte a ele também como você é e do que gosta. Peça para que ele a entenda e a aceite assim.

Ninguém vai mudar, mas vai ser possível conviver enquanto o trabalho for importante. Quando deixar de ser, busque outro emprego e outro desafio. Mas não crie ilusões. No novo emprego também haverá alguém difícil de suportar. Assim é, e sempre será.

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