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O que fazer se o mau humor do chefe contamina?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
18 de abril de 2017 - 18:00

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Por: Gilberto Guimarães

Trabalho há dois anos em uma empresa de médio porte, mas bastante hierárquica. De modo geral, os funcionários trabalham bemem conjunto. O maior problema é que o clima corporativo está diretamente ligado ao humor do nosso chefe. Se o gestor está bemhumorado, o ambiente fica leve. Consequentemente, todos adotam uma postura mais relaxada, solta e tranquila. Quando o chefechega de mau humor, por outro lado, o clima de todo o departamento fica pesado, ninguém conversa e a tensão é palpável. Parapiorar, essa mudança de humor é constante e nem sempre está relacionada ao trabalho. Isso afeta diretamente o dia a dia e odesempenho de todos, mas ninguém parece disposto a falar sobre o assunto. O que posso fazer?

Assistente administrativo, 26anos

Resposta:

Essa situação tem que ser discutida e trabalhada, pois provoca perda de produtividade. Todas as emoções sãocontagiosas. Sorrimos quando vemos alguém sorrir, assim como ficamos com olhos marejados quando a protagonista de um filmesofre e chora.

A empatia nos permite identificar as emoções alheias e agir em função disso. Esse mecanismo se relaciona com osneurônios-espelho, identificados por Giacomo Rizzolatti e seus pesquisadores na Universidade de Parma no final dos anos 90. Cadavez que o macaco rhesus movimentava um objeto ou cumpria uma tarefa, como levar passas à boca, neurônios no córtex pré-motordisparavam e um monitor registrava um som.

Certa vez, um pesquisador entrou no laboratório segurando um sorvete. Ao levá-lo aoslábios, ouviu o monitor soar, observado pelo macaco em repouso. Esse fenômeno se repetia quando o macaco via seres humanosou outros macacos levarem comida à boca, ou quando ele próprio fazia isso. O cérebro parece associar a visão de movimentosalheios ao planejamento de seus próprios movimentos.

Descobriu-se que os seres humanos têm neurônios-espelho muito maisperspicazes, flexíveis e altamente mais evoluídos do que os encontrados nos macacos, um fato que teria resultado na evolução dehabilidades sociais mais sofisticadas nos seres humanos.

O cérebro humano é especializado em compreender não apenas as açõesdos outros, mas suas intenções, o significado social do comportamento deles e suas emoções. Quando você vê alguém executaruma ação, automaticamente simula a ação no seu cérebro.Em resumo, temos a capacidade de reconhecer intenções e emoçõesalheias. É por conta disso que tanto você quanto toda a equipe reagem positiva ou negativamente de acordo com o estado deespírito do chefe. É natural e incontrolável. É importante ressaltar que existe uma relação direta entre estado de espírito de umapessoa, ou equipe, e produtividade.

Pesquisas comprovam que a existência de clima positivo no ambiente de trabalho conduz àotimização da atuação dos indivíduos ou dos grupos e ao alcance de resultados acima do normal. A criação de um clima positivo éfortemente influenciada pela atuação dos líderes.Fomentar emoções positivas como alegria, confiança, apreciação e bom humor – ereduzir as negativas como medo, raiva e ansiedade – provoca um aumento significativo da capacidade cognitiva, da retenção deinformações, da criatividade e da produtividade das pessoas.As empresas devem criar e desenvolver redes de energia positivabaseada na compaixão, na empatia, na compreensão das necessidades dos outros e no conceito de comunidade. Para criar essasredes é fundamental não só atrair e promover energizadores positivos – pessoas bem humorados, otimistas e confiáveis -, mastambém identificar e evitar os negativos – indivíduos mal humorados, críticos, pessimistas, egoístas e inflexíveis.

A empresa tem deevitar, portanto, a existência de chefes que sejam energizadores negativos. O primeiro passo é dar um feedback direto e honestopara o indivíduo, explicando o processo da empatia e dos neurônios-espelho, mostrando os efeitos negativos de seu comportamentopara o grupo e para a organização. Isso deve trazer uma reação positiva dele.

Caso não aconteça, o segundo passo é oferecer umprograma de coaching e desenvolvimento pessoal. Se essa iniciativa também não resolver, a alternativa é transferir o colaboradornegativo para uma posição de “não chefia”, colocando-o em cargos onde a oportunidade de contagiar o grupo é menor.

Se mesmoassim ele continuar sendo um energizador negativo, é preciso dar a esse profissional “uma chance de fazer carreira em outra empresa”. A fonte de contágio de energia negativa tem que ser eliminada.

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