Por: Heloisa Valente
É sempre tempo para recomeçar. Quem nunca ouviu essa frase na vida pessoal? Pois é, ela também é válida para o ambiente corporativo. Mas deixar o tempo passar e partir para uma nova carreira após os 40 anos de idade exige cautela. “Isso não significa que não seja possível, mas a mudança tem que vir acompanhada de muita reflexão e novas ações”, diz Silvio Celestino, diretor da Alliance Coaching e coach executivo no Brasil e no exterior.
Ele comenta que é preciso ter em mente que na nova atividade o profissional – independentemente de qualquer experiência de emprego anterior – será um “estagiário-velho”. E o que significa isso? “Na prática, a condição exigirá dele humildade para aprender e tempo para gerar boas receitas.” Por isso, ele recomenda que a principal lição de casa deva ser a busca do equilíbrio entre a realização pessoal e o padrão de vida.
“O ideal é que se tenha uma boa reserva financeira para suprir a família, pelo menos, nos dois primeiros anos, já que o retorno econômico pode demorar a aparecer na nova atividade”, diz Celestino. Ele recomenda que na hora de trocar de carreira a mudança seja feita a partir de um nível de pós-graduação e que a especialização pode ser “o trampolim” para o sucesso da empreitada.
Para o coach, atuar em áreas paralelas pode ajudar muito no desenvolvimento da nova carreira, analisa ele.
Foco definido
A VAGAS.com realizou uma pesquisa inédita sobre o mercado de trabalho para profissionais de 40 anos com os dois públicos envolvidos: empresas contratantes (426 respondentes) e os próprios profissionais (1594 entrevistados) para compreender sua empregabilidade no cenário atual. Para 26,3%, atuar em outra área valeria à pena. Outros 14,1% revelaram que pretendem abrir um negócio próprio. Quase metade (46,2%) não pretende mudar de profissão.
Celestino acredita que o melhor caminho para aqueles que pretendem investir em uma nova carreira seja o empreendedorismo ou a consultoria. Nesses casos, diz ele, o profissional deve investir no marketing pessoal, fazendo-se mostrar ao mercado quer seja com a publicação de artigos ou com a construção de uma nova lista de contatos. “Relacionamento é fundamental em qualquer área e uma carreira bem construída tem grande chance de prosperar”, analisa.
Antes da mudança, no entanto, o coach sugere que o profissional tenha bem definido qual o propósito dessa reorganização corporativa. Itens como qualidade de vida, maiores remunerações e realização pessoal devem ser estudados para que a nova carreira possa deslanchar. “É preciso avaliar, antes de tudo, se há energia física e mental e saúde financeira para suportar os riscos da mudança”, conclui.
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