Ainda não se sabe quem vai comprar o banco, mas seria uma oportunidade de ouro para a China entrar de vez na América Latina
Por: Ricardo Bomfim
O mercado aposta que Bradesco (BBDC3; BBDC4), um pouco menos, e Itaú Unibanco (ITUB4) e Santander (SANB11), principalmente, devam comprar os ativos do Citigroup no Brasil. Em sua estratégia de se desfazer de ativos desde a crise econômica, o Citibank anunciou sua intenção de vender operações de varejo e cartões de crédito no Brasil, na Argentina e na Colômbia.
No entanto, pode ser que os chineses deem um verdadeiro “chapéu” nos gigantes brasileiros e no banco espanhol e arrematem eles mesmos o banco. Um trader que só falou sob a condição de anonimato disse que o mais provável é que alguma instituição financeira da China compre o banco, que tem muita custódia de chineses. Para ele, Bradesco e Itaú estão com muitos problemas de caixa por causa da crise para poderem se dar ao luxo de fazerem uma aquisição deste porte, que no entanto, interessaria, e muito, aos asiáticos. “Ele é visto como um ativo bem melhor do que o HSBC”, disse.
É bom lembrar que a China tem paulatinamente aumentado a sua presença na América Latina, com o China Construction Bank arrematando 72% do Banco Industrial e Comercial (BicBanco) em 2013 por R$ 1,6 bilhão e o Bank of Communications pagando R$ 525 milhões por 80% do BBM em 2015.
Na mesma toada, o analista financeiro Luis Santacreu, da Austin Ratings, disse à Dow Jones Business News que players chineses podem estar interessados em reforçar sua presença na América do Sul.
Apesar disso, há quem esteja cético com a possibilidade dos chineses tomarem a dianteira. Rodrigo Martin, analista de bancos da Quantitas, disse à Bloomberg que não vê um novo player vindo para o Brasil ou a Argentina. “Sofreria o mesmo problema que Citigroup e HSBC sofreram, pelo menos no Brasil: a falta de escala”, disse.
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