Após a ascensão econômica de 35 milhões de brasileiros para a classe média, redes populares passaram a investir no reposicionamento de marca visando melhorar experiência de compra dos consumidores. Com maior mix de produtos e ampliação das plataformas digitais, a projeção é aumentar o faturamento em até 10%.
No mercado há quase 20 anos, a varejista de moda Lojão do Brás é uma das companhias que vive este momento de transformação. Com 16 unidades em operação – todas no Estado de São Paulo -, a empresa ampliou as categorias de atuação, que agora passa a contar com itens voltados para os segmentos de cama, mesa e banho, além de acessórios e maquiagens.
“Quando abrimos nossa primeira loja conceito disseram que nós éramos loucos. Mas inovar na estética visual e conforto das nossas lojas sempre foi um marca registrada da companhia”, contou ao DCI a diretora de marketing do Lojão do Brás, Andréia Bessa Vieira Rocha.
Com um novo projeto de identidade visual e três lojas conceito – sendo uma na região do Brás outra em Santo André e uma em Santo Amaro -, a projeção da companhia é ampliar o novo conceito de negócio para todas as unidades da rede.
A estratégia de buscar um incremento de até 10% nas vendas, fazendo novos investimentos, foi adotada pela companhia para se diferenciar dos concorrentes, segundo a executiva. Assim, a rede passará a ser única empresa do segmento a comercializar maquiagem nas unidades. “Essa diversificação gera uma sinergia entre os produtos. As mulheres não querem comprar só roupa, elas querem sair da loja com o look completo.”
Levantamento
Segundo Andréia, as mudanças foram definidas a partir de uma pesquisa feita pela companhia, que apontou uma evolução no perfil de consumo das classes C, D e E. De acordo com ela, o levantamento incluiu entrevistas com funcionários e clientes, além de visitas à casa dos consumidores.
“Nossos público é majoritariamente feminino. São mulheres com 30 anos de idade, que estão conectadas na internet e se informam na TV e boca a boca. Além disso, elas dão destaque para as novelas e mundo das celebridades”.
Concorrente das redes Torra Torra e Caedu, ao todo, cada unidade da empresa chega a receber até 30 mil pessoas por mês, número que bate a casa do milhão no mês de dezembro. Sem abrir números, pelo menos 85% do faturamento vêm do segmento moda. Além disso, 25% do lucro estão concentrados em venda de Natal.
Relacionamento
Com fortes investimentos em canais de atendimento como redes sociais e Whats App, a executiva ressaltou que o aplicativo ajudou a fidelizar o consumidor da marca. “No início passava até quatro horas do dia respondendo todas as mensagens”, disse.
Ainda segundo Andréia, o sucesso é tanto que os clientes passaram a compartilhar fotos do dia a dia com empresa, além de enviar mensagem de bom dia e boa noite para a equipe de marketing – administradora da plataforma social.
Outra companhia que também tem investido em melhorias nas unidades é a rede varejista Armarinhos Fernando. Conhecida pelo comércio de brinquedos infantis, a companhia ampliou o mix de produtos nos últimos anos e agora conta com perfumaria, confecções e utensílios domésticos no portfólio, como informou o gerente da rede, Ondamar Ferreira.
“Investimos muito em atendimento e ar condicionados, para proporcionar um ambiente mais agradável para os nossos consumidores”, contou ele.
Com mais de 145 mil itens nas unidades, o executivo diz que ascensão das classes sociais mais baixas para a classe média fez com que os clientes se tornassem mais exigentes, principalmente em relação ao atendimento, uma vez que muitos têm dificuldades de reconhecer os produtos de marcas licenciadas, pela baixa escolaridade.
“O cliente entra na loja e quer ser bem recebido, independente da classe social. Mas como temos um fluxo muito grande de pessoas, estamos trabalhando para superar essa dificuldade”.
Aumento nas vendas
Com perspectivas de aumentar o faturamento em 10% este ano, além da projeção de duas novas lojas para os próximos anos, Ferreira revelou que atualmente 60% dos produtos vendidos nas lojas da marca são de origem nacional. Os outros 40% são importados da China. “Hoje, 40% do nosso faturamento vem das vendas de brinquedos”, disse. No total a rede conta com 16 unidades, em São Paulo.
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