Diante do cenário político e econômico atual, bancos e instituições financeiras têm se que mostrado cada vez mais criteriosos para conceder crédito para pessoas físicas e jurídicas. Na contramão, no entanto, está a startup Biva. Em operação desde maio, a empresa já intermediou mais de um milhão de reais em empréstimos.
Criada em 2014 pelos empreendedores Paulo David e Jorge Vargas, a empresa é uma plataforma digital de financiamento peer to peer (par a par), modalidade comum na Europa e Estados Unidos, em que pequenos investidores escolhem para quais projetos querem emprestar dinheiro. “Basicamente trouxemos para o Brasil um modelo que já existe lá fora e tem impactado a indústria de crédito, em que pessoas emprestam dinheiro para pessoas sem a intermediação convencional de um banco”, explica Paulo David.
Outro diferencial é a taxa de juros para o solicitante, que é bem inferior à praticada pelos bancos. Enquanto as transações intermediárias pela Biva variam entre 1,5% e 4%, as de instituições financeiras podem chegar 7,99%, de acordo com dados do Banco Central.
O faturamento da startup gira em torno da originação e da performance dos tomadores de crédito, apesar de instituições bancárias não emprestarem diretamente seus recursos, a Biva é monitorada por um deles em atendimento às exigências do Banco Central. “A nossa maior preocupação no começo era montar um negócio seguro e sustentável. Assim que rodamos as primeiras operações, ainda em fase de teste, fomos ao Banco Central para mostrar o que estávamos fazendo. Como geramos concorrência, ajudamos a baixar os juros e levamos crédito para quem não têm, conseguimos a validação de operação. Mas todas elas são fiscalizadas por uma instituição para garantir que tudo é realizado de acordo com as regras do mercado”, resume o advogado.
Atualmente, a Biva soma 300 investidores que financiaram projetos apenas em outubro, 450 cadastrado no sistema e 2.000 interessados em participar da iniciativa. Já em relação aos solicitantes, 800 conseguiram empréstimos desde o início das operações da empresa.
A Biva, no entanto, tem como foco financiar apenas projetos de pessoas jurídicas ou físicas que já estão em processo de formalização, já que a condição de conceder o valor solicitado é que o destino tem um caráter produtivo, o que não apazigua o contingente de pessoas que não têm acesso ao crédito. “Temos o intuito de oferecer crédito de consumo para pessoa física, mas não curto ou médio prazo”, admite David.
Antes de aprovar uma solicitação de crédito, a equipe da Biva realiza consultas em bureaus de informação e instituições financeiras, mas também considera dados encontrados na internet especialmente nas redes sociais. “São dados desconsiderados pelo banco, como a postura e índice de reclamações e soluções no Reclame Aqui. Também monitoramos o comportamento da empresa nas redes sociais. Se o solicitante informa que está na Bahia, os dados da empresa apontam para São Paulo e nas redes sociais a localização é do Rio de Janeiro, está na cara que é uma fraude”, continua o advogado.
Em seis meses de operação, a Biva ainda não registrou inadimplência, mas a régua de relacionamento para realizar a cobrança já foi elaborada em parceria com a GoOn. “Nosso objetivo na cobrança é ser o mais eficiente e menos invasivo possível. Entraremos em contato pelo canal que o cliente preferir. Para evitar atrasos, temos como estratégia entrar em contato para lembrar o pagamento entre três e cinco dias antes do vencimento”, conclui o idealizador da Biva.
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