Por: Camila Lam
Seja para montar um novo negócio ou para ampliar a sua empresa, construir uma planilha de viabilidade econômica é essencial para avaliar se o investimento irá valer a pena. Não basta ter apenas uma boa ideia de negócio: a sua empresa precisa ser viável economicamente para fazer sentido investir.
Leonardo Bastos, coordenador do curso de Ciências Econômicas da Faculdade Newton Paiva, explica que montar uma planilha demanda que o empreendedor tenha conhecimentos básicos de finanças e Excel. “Ela não é uma ferramenta que possa ser utilizada sozinha, por isso é importante fazer um estudo de mercado e conhecer seus concorrentes”, completa.
A principal diferença entre uma planilha de viabilidade econômica e uma de viabilidade financeira é que a primeira é feita em regime de competência. Enquanto a segunda, por ser feita em caixa, requer que sejam projetados vários meses para se entender quanto dinheiro haverá em cada mês. O documento é um pouco mais complexo e serve para quem está começando a investir em um negócio.
Saber se o negócio será rentável e quanto tempo você levará para recuperar o capital investido são duas informações importantes que podem ser tiradas da planilha. Luís Lobrigatti, consultor do Sebrae-SP, afirma que todo negócio tem o seu ponto de equilíbrio e é possível prever como ele estará depois de um período de três a cinco anos, por exemplo.
Para Mauricio Galhardo, sócio-diretor e especialista financeiro da Praxis Business, um dos principais erros que os pequenos empresários cometem é o de não simular diferentes cenários para a planilha. “As pessoas são muito otimistas na hora de investir. Você tem que saber seu limite, seja de espaço, estoque ou funcionários”, explica. Confira as dicas de como montar uma planilha.
1. Estude bem sobre o mercado
O primeiro passo para elaborar uma planilha de viabilidade econômica é fazer uma pesquisa de mercado. Descubra quais são as oportunidades, quem são os concorrentes, que tipo de mão de obra necessita, entre outras informações. “Reserva de capital de giro, por exemplo, é importante, pois a empresa não dá resultado logo de cara e isso tem que ser considerado”, afirma Lobrigatti.
Para as projeções da planilha, o empreendedor precisará estimar o preço e o volume de vendas necessárias do empreendimento.
2. Liste todos os gastos
Além de estimar o faturamento de vendas, é preciso reunir os gastos variáveis e fixos do negócio. “O grande erro é que as pessoas se esquecem das pequenas coisas. Por exemplo, gasto com papelaria, limpeza, contador e software. Essas gordurinhas são importantes e quando você já tem um negócio fica mais fácil identificar. Quem tá abrindo do zero vale pesquisar e se informar”, explica Galhardo.
Fornecedores, impostos e comissões são alguns tipos de gastos variáveis. Já nos custos fixos entram o aluguel, salários dos funcionários, contabilidade, pró-labore, entre outros.
3. Seja realista
O desejo de todo empresário é de que tudo dará certo e as expectativas sempre são as melhores possíveis. Entretanto, uma das falhas cometidas ao montar a planilha de viabilidade econômica é não considerar outros cenários além do otimista. Dessa maneira, será possível prever quando será o payback do negócio.
Antes de decidir investir todas as suas economias em um negócio, Lobrigatti recomenda que se gaste um tempo na pesquisa e na construção do documento. Para Galhardo, a simulação é essencial porque você começa a pensar em diversos cenários, do otimista ao pessimista, e com isso pode diminuir os riscos do negócio dar errado.
4. Atualize a planilha
A planilha de viabilidade econômica não precisa ser alterada diariamente, mas é importante que ela acompanhe o rumo da empresa. “É tipo um diário de bordo, tem que atualizar de acordo com o mercado e as variações de valores que ocorreram”, afirma Lobrigatti.
Além disso, o empreendedor pode usar outras planilhas para reunir informações sobre a empresa e alinhar os números do negócio, como uma planilha de fluxo de caixa.
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