A tecnologia resultará no fim do emprego, pelo menos da forma como o conhecemos…
Por: Ulysses Paes
Está registrado nos livros de história, á partir do século 19, muitos empregos foram eliminados pela evolução da máquina, anos mais tarde, com a descoberta do petróleo e da energia elétrica, milhares de empregos foram eliminados, e agora?
Vivemos uma nova fase, uma nova evolução, os pessimistas chamam apenas de a “2ª Era da Máquina”, e para os mais otimistas o fim do emprego é um período extremamente excitante. É um mundo beta, sempre em transformação e uma abundância de recursos físicos e matéria prima nunca antes visto na humanidade.
Com o avanço das máquinas, uma parcela da humanidade se libertou do trabalho árduo e passou a viver mais e melhor, ninguém em sã consciência e juízo pode ignorar e ser contra essa tendência, o progresso sempre transformou o mundo, continua gerando riqueza e distribuindo renda.
Ainda existirão indivíduos em busca de conforto no trabalho comum, sem desafios, e que relutam em acreditar que a tecnologia irá resultar no fim do emprego sem exigência de conhecimento ou técnicas aprimoradas, vagarão por este planeta negando e tentando deter os avanços da tecnologia, e a questão é, até quando ou quantos irão resistir as mortes – de empregos – e que ficarão pelo caminho?
Líderes da industria e da tecnologia já estão prevendo a transformação do mundo do trabalho, a eliminação de postos de trabalho, a robotização dos setores, inclusive nos países subdesenvolvidos, e pelos próximos 20 anos, máquinas irão tomar o lugar de motoristas, operadores de caixa, enfermeiros, professores, operários da industria e construção civil, etc. Não se trata apenas de uma previsão, mas algo que é fato, não há como negar, e que já vem gerando desconforto, e no futuro irá gerar pressões sociais, mas que vem sendo ignorado pela massa e pela grande maioria dos governos mundo afora.
Até mesmo nos países mais ricos, a maioria dos profissionais não estão preparados para encarar essas mudanças estruturais do mundo do trabalho, em outras palavras, não terão condições de assumir novos postos de trabalho, e a pergunta é, até quando a atual política salarial e leis trabalhistas irá conseguir resistir a evolução robótica e a introdução das novas tecnologias?
Conforme início do artigo, este é mais um capítulo conturbado na história da humanidade e do mundo do trabalho, e que deve se agravar ainda mais, e quem é o culpado? A “máquina”? Na antiga Inglaterra entre os séculos 16 e 17, muitos trabalhadores desqualificados sofreram um período de opressão e também de muita privação com o desemprego e a desigualdade entre a classe alta da sociedade e operários, gerando crise e culminando na vandalização de fábricas e ruas, uma cena semelhante ao que vemos hoje com depredações e ônibus incendiados.
Somente no fim do século 19 com o grande aumento da produtividade gerado pelo uso de novas tecnologias de produção que surgiu efeito positivo nas remunerações, fazendo com que o homem encontrasse a saída definitiva para o fim da escravidão e o mundo evoluiu, pelo menos para a grande maioria, mas agora deve piorar para os que escolheram ou foram obrigados a escolher profissões condenadas a inutilidade.
Um caso recente, que define que a tecnologia resultará no fim do emprego, são de operários de uma empresa americana, Pilgrim’s Pride, processadora de carne de frango controlada pela brasileira JBS. A tarefa de alguns deles era muito simples, apenas cortar as peças em pedaços cada vez menores e mais uniformes, mas hoje, uma máquina de US$ 1,3 milhão de dólares executa o mesmo trabalho, com uma precisão muito superior à de qualquer humano, e desde 2010, ocasionou na eliminação de mais de 5 mil empregos nos EUA, neste mesmo ano, a empresa estava á pedir concordata, em 2013, faturou mais de US$ 500 milhões de dólares, logicamente que cortadores de frangos deixarão de existir.
É provável também que, para as próximas gerações, profissões como piloto de avião, taxistas, motoristas de ônibus e guardas de trânsito façam companhia nos museus aos datilógrafos e operadores de telégrafo de um passado não muito distante.
Um estudo da Universidade de Oxford, prevê que 47% dos empregos de hoje serão automatizadas nas próximas duas décadas. O tsunami pega primeiramente Operadores de Telemarketing, Contadores, Auditores, Vendedores e Corretores de Imóveis, em seguida, Economistas, Bombeiros, Engenheiros Químicos, Editores, Economistas, etc . Estes profissionais serão ser substituídos por algoritmos.
Arrebentar computadores e negar o avanço tecnológico é tão inútil e ridículo quanto entrar em fábricas e destruir máquinas. Mas seria muita ingenuidade negar que esse processo de destruição e inovação irá gerar fortes tensões sociais nos próximos anos.
A tecnologia então resultará no fim do Emprego?
Pensar que iremos viver em um futuro muito melhor não servirá de consolo para quem esta vivendo um presente cheio de privações. A solução, assim como aconteceu no período pós-Revolução Industrial, está na dura e radical mudança do sistema de ensino. Nossas instituições educacionais terão de preparar, desde já, profissionais que se adaptem a essas mudanças constantes da economia.
Trabalhadores menos qualificados não serão poupados, a não ser que você esteja pensando em mudar de planeta, não haverá sindicatos ou associações para ir contra a evolução daquilo que se tornará necessário para a continuidade da espécie humana. Profissionais criativos, intraempreendedores e de pensamento crítico serão cada vez mais valorizados e raros.
O Brasil, que predominantemente gera cada vez mais empregos sem qualidade em base piramidal de qualificação, cargos públicos com super salários sem obrigatoriedade de produção, políticas salariais arcaicas que achatam a produtividade, coleta de impostos brutal e sem utilidade pública, e gestão política com base em interesses próprios e uma parcela pessoas desqualificadas que se contentam com qualquer ocupação que pague ao menos um salário e mísero benefícios.
Terrível e ridícula escolha, o tsunami das mudanças tardará em chegar em terras brasileiras, mas chegará com força total e catastrófica para aqueles que relutam em aceitar mudanças pela cultura do imediatismo e que não tomam atitudes á longo prazo e para o futuro.
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