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25 de agosto de 2015 - 18:02

Quanto-dinheiro-e-necessario-para-ser-feliz-apos-parar-de-trabalhar-televendas-cobranca

Por: Mark Miller

Pode ser verdade que o dinheiro não pode comprar amor, mas será que ele pode comprar felicidade na aposentadoria? Muitas pessoas diriam que pode, mas o especialista em planejamento financeiro Wes Moss quis os detalhes: Quanto dinheiro, exatamente, é necessário para se aposentar feliz? Existe relação entre felicidade e o tamanho do pé-de-meia do aposentado?

Moss consultou 1.350 aposentados sobre patrimônio líquido e renda, ativos e casa própria. Mas não procurava a quantia em dólares necessária para viver – queria, em vez disso, entender qual a correlação do dinheiro com os níveis de felicidade dos aposentados. Para isso, fez uma série de perguntas detalhadas sobre a vida deles: onde faziam compras, que tipo de carro dirigiam, quantas vezes tiravam férias por ano, como era sua vida familiar e quais atividades eles realizavam. Depois associou os níveis de felicidade relatados à condição financeira dos entrevistados.

Descobriu que a maioria das pessoas pode ser feliz após sair do mercado de trabalho com economias de cerca de US$ 500 mil. Uma cifra maior pode comprar mais felicidade, mas apenas até certo ponto, concluiu.

“Há um efeito de estabilização acima desse número, e quanto mais alto se vai, mais baixa fica a taxa de aumento [de satisfação]“, diz Moss. “Chamo isso de felicidade marginal declinante.”

Moss, sócio-executivo e estrategista-chefe de investimentos da consultoria Capital Investment Advisors, de Atlanta, explora a correlação entre patrimônio e felicidade na aposentadoria em seu novo livro “You Can Retire Sooner Than You Think: The 5 Money Secrets of the Happiest Retirees” (McGraw-Hill). Moss é um assessor de investimento credenciado que trabalhou anteriormente numa grande empresa de Wall Street.

Os cinco segredos apontados no livro são uma cuidadosa definição das coisas com as quais você de fato quer gastar dinheiro quando aposentado, e de como você economizaria para cumprir as metas. Além disso, o roteiro aponta também para fatores como quitar seu crédito imobiliário antecipadamente, desenvolver várias fontes de renda e aprender a investir para consolidar renda. A seguir, trechos da entrevista realizada com Moss sobre suas descobertas.

Quem são os aposentados felizes, e o que os faz felizes?

Wess Moss: Não se trata de quanto você economiza, mas de quanto economiza em relação às suas necessidades. Quando trabalhei em Wall Street, o que sempre tentávamos trabalhar com os clientes era a expectativa de que eles precisariam gastar cada vez mais – você precisa de uma quantidade infinita, porque como aposentado você precisará gastar o mesmo que gasta hoje ou mais. É isso que o setor de fundos mútuos e Wall Street pregam.

Mas descobrimos que, para a maioria das pessoas, o grau de felicidade se correlaciona com uma economia mediana de cerca de US$ 500 mil. Há alguns aumentos acima desse número, mas é uma taxa mais desacelerada de aumentos progressivos. Assim, pense em US$ 500 mil como o mínimo financeiro básico.

Os aposentados felizes fazem ajustes em seus gastos com o objetivo de ficar tranquilos?

Moss: Os dados do levantamento não me revelam isso. Mas minha experiência na vida real com os clientes sugere que as pessoas avaliam realisticamente qual renda terão na aposentadoria – talvez elas tenham US$ 2 mil ou US$ 3 mil de renda da Previdência Social, e possam tirar mais US$ 3 mil mensais com seus investimentos. Elas examinam isso e concluem que podem viver bem com US$ 6 mil ao mês.

O que efetivamente causa a infelicidade dos aposentados – e como as pessoas podem evitar chegar nessa situação?

Moss: Muitos dos aposentados infelizes ainda estão pagando crédito imobiliário, sem qualquer luz no fim do túnel. Outra coisa que vejo muito são pessoas que não se preocupam em fazer os grandes gastos antes da aposentadoria – elas deixam para reformar a cozinha, por exemplo, quando param de trabalhar, porque acham que aí terão tempo para acompanhar isso. Mas é melhor fazer esse tipo de coisa quando se está no mercado.

Outro problema ocorre com as pessoas que não têm suficientes atividades básicas quando se aposentam. Elas eram fechadas e viviam concentradas demais em ganhar dinheiro e trabalhar, e agora não têm a intensidade de ocupações necessária. São indivíduos que são pegos de surpresa pelo tempo livre.

Ouvi ambos os lados da discussão sobre crédito imobiliário na aposentadoria. Alguns argumentam que é melhor investir esse dinheiro do que empregá-lo para quitar integralmente um crédito imobiliário. Tudo indica que você está firmemente convencido de que é melhor se livrar dele.

Moss: Se você tem recursos numa conta tributável, prefiro ver um cliente usar esse dinheiro para quitar totalmente, de uma só vez, o crédito imobiliário – ou simplesmente para acelerar seus pagamentos mensais em US$ 200 a US$ 400, valores capazes de eliminar todo um período de dez anos de um crédito imobiliário. Sei que as pessoas vão argumentar que conseguirão obter um retorno mais alto se aplicarem esse dinheiro em ações, mas vi na minha carreira muitos períodos em que a bolsa nada mais fez que entrar em colapso, para depois se recuperar. A maioria dos americanos não consegue esse retorno médio de 9% da bolsa ao longo do tempo, portanto uma aposta mais segura é economizar esses 4% ou 5% garantidos que são o custo de um contrato de crédito imobiliário. Além disso, com clientes mais velhos, o que vejo é um enorme nível de satisfação entre pessoas que descobriram como se livrar de seus créditos imobiliários.

Seu livro apresenta um modelo para se aposentar cedo – ou mais cedo do que a pessoa achava que poderia. Isso vai contra boa parte do que ouvimos falar hoje sobre longevidade e a necessidade de todo mundo trabalhar por mais tempo. Por que você acha que as pessoas podem se aposentar antes que o planejado – e como você define a palavra “cedo”?

Moss: Eu defino essa ideia como a possibilidade de se reunir as condições para se aposentar aos 60 ou 62 anos. E existe um grupo de pessoas que, de fato, tem as condições financeiras para se aposentar, mas a ideia soa estranha e elas não têm pleno entendimento das suas finanças.

Tive muitas reuniões com clientes, com casais em que um dos cônjuges acha que eles podem se aposentar e o outro acha que não. Mas, quando você soma todas as suas diferentes contas, você vê que eles têm US$ 750 mil, junto com pensões e Previdência Social. São pessoas que, sem dúvida, podem se aposentar, se quiserem.

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