Entre itens da lista estão sapatos, eletrônicos e eletrodomésticos.
Há tendência maior do consumidor em financiar mercadorias supérfluas.
A maior parte dos brasileiros usa o crédito para satisfazer desejos imediatos. É o que aponta um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Entre os itens que entram na lista das compras estão sapatos, eletrônicos e eletrodomésticos. Segundo pesquisas feitas pela empresa ao longo de 2014, há uma tendência maior do consumidor em financiar mercadorias supérfluas.
Na maioria dos casos, a compra financiada se concentra em produtos ou serviços de valor mais baixo, que poderiam muito bem ser pagos à vista. ‘O perfil de consumo do brasileiro tem como característica a compra imediatista, ou seja, aquela que tem a necessidade do prazer imediato, em que todas as consequências de longo prazo como, por exemplo, o endividamento, não são consideradas em muitos casos’, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Uma parcela representada por 17% consumidores em idade adulta (cerca de 23 milhões de pessoas) se encaixa no perfil imediatista, segundo o SPC. Na prática, são pessoas que não se preocupam com o futuro financeiro e também não têm o hábito de planejar ou poupar. ‘Entre as pessoas que se encaixam neste perfil e que estão inadimplentes, 51% admitiram que o problema que os levou ao atraso de dívidas foi o descontrole financeiro, citado por 34% da amostra’, observa Marcela.
Cartão de crédito
A modalidade mais usada pelos brasileiros, citada por 83% dos consumidores, é o cartão de crédito. Em seguida, vem o empréstimo, lembrado por 53% dos entrevistados. Conforme a pesquisa, um em cada 10 brasileiros declara ter mais de quatro cartões de crédito. ‘É preocupante o fato de que 12% dos consumidores acreditam que o cartão de crédito e o cheque especial são parte da renda mensal. E ainda mais preocupante: 13% sequer sabem quanto têm para gastar no mês’, diz Marcela.
A relação do brasileiro com o crédito, assim como sua decisão de consumo, são tomadas com uma visão limitada no curto prazo. Para os economistas do SPC, essas atitudes têm feito com que o crédito fácil ganhe espaço. ‘O problema principal é que o crédito farto direcionado a compras imediatistas, em muitos casos, leva à inadimplência. Cerca de um terço dos entrevistados admitiram que têm o nome registrado em algum serviço de proteção ao crédito’, afirma Marcela.
A porcentagem é consistente com a estimativa do SPC Brasil de que um total de 55 milhões de pessoas têm algum registro no cadastro de inadimplentes, percentual correspondente a cerca de 40% da estimativa atual da população economicamente ativa.
CADASTRE-SE no Blog Televendas & Cobrança e receba semanalmente por e-mail nosso Newsletter com os principais artigos, vagas, notícias do mercado, além de concorrer a prêmios mensais.