Por: Fabiana Lopes
O Santander Brasil quer reverter em 2015 o desempenho fraco que vem reportando nas operações de crédito consignado e no segmento de pequenas e médias empresas. Para o banco, aumentar a participação nessas duas modalidades é fundamental para a estratégia de crescimento no crédito em 2015, segundo o presidente da instituição, Jesús Zabalza, em entrevista ao Valor.
Até aqui, porém, essas duas linhas mostraram pouco vigor. Enquanto a carteira do banco cresceu 5,6% no terceiro trimestre e somou R$ 234,5 bilhões, o saldo dos empréstimos com desconto em folha somou R$ 11,874 bilhões, com redução de 16,5% em 12 meses. A carteira de pequenas e médias empresas também mostrou recuo, de 9,8% em 12 meses, e somou R$ 31,024 bilhões.
Para expandir os negócios com as pequenas e médias empresas, Zabalza diz que o banco já tem planos traçados para 2015. “Em março, no fim do primeiro trimestre, vamos lançar um programa completo e permanente [para pequenas e médias empresas] e acho que vai ser bem-sucedido”, disse. Segundo ele, a ideia é ter uma estrutura para liberar recursos a esses clientes com mais rapidez e melhor controle de risco. Ao mesmo tempo, o banco vai prestar assessoria de negócios e oferecer serviços de pós-vendas. Para essa estratégia, a ideia é estabelecer parcerias com entidades como o Sebrae, segundo Zabalza.
O montante de recursos a ser disponibilizado neste novo programa ainda não foi definido, segundo ele. “Mas não vamos ter limite. Vamos dar tudo o que podemos”, disse, destacando que a condição é que o banco conheça os clientes e que eles estejam dentro dos parâmetros de risco da instituição.
No consignado, a aposta é na parceria com o Bonsucesso, joint venture costurada em julho.
Zabalza, no entanto, reconhece que 2015 será um ano de desafios no crédito e disse que o Santander deve crescer em linha com o mercado, evitando fazer projeções. Para o fim de 2014, o cenário ainda é otimista e Zabalza conta que, durante outubro e novembro, o crédito manteve a tendência de crescimento do terceiro trimestre.
Para o próximo ano, no entanto, o presidente do Santander insiste nas promessas que o banco já tem feito ao mercado desde que abriu o seu capital em 2009. “Uma das nossas prioridades é crescer o lucro, a margem e o ROE [retorno sobre o patrimônio líquido]“, disse. O retorno do banco é o menor entre os seus concorrentes privados e terminou o terceiro trimestre em 11,6%, o que, segundo ele, se deve ao fato de que a instituição tem muito capital e também porque ainda precisa melhorar a lucratividade.
Ele diz que, para mudar esse cenário em 2015, além das iniciativas no crédito, o banco terá que manter o crescimento das despesas num patamar inferior à inflação e, sobretudo, apresentar um maior incremento na linha das receitas. “Em 2015, a novidade vai ser que a parte alta da conta – as receitas – vão começar a crescer. Vamos crescer receitas de crédito, receitas de comissões e também de serviços”, disse, sem, no entanto, dar projeções.
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