Por: Paulo Brito
As mudanças nos mercados das operadoras de telecomunicações estão fazendo com que a maioria se torne provedora de serviços de computação em nuvem. A explicação é simples: serviços tradicionais como os de voz estão perdendo terreno (o iPhone 6 já faz ligações pelo wi-fi), ao mesmo tempo em que o mercado de computação em nuvem está em franco crescimento. As operadoras levam vantagem sobre as empresas que são apenas provedoras de serviços: além de serem proprietárias de redes, já têm nas suas carteiras os clientes que mais dia menos dia precisarão de computação em nuvem.
É com esse argumento que a Algar Telecom tem conseguido muitos clientes, diz Rogério Garchet, diretor de marketing da empresa. “O cliente tem interesse em adquirir TI e telecom de um só fornecedor, porque assim ganha agilidade e tem atendimento simplificado. Isso é um diferencial que nos ajuda a ganhar mercado”, explica. No caso da Algar, segundo Garchet, as receitas de voz não caíram, mas “todos os indicadores mostram que haverá decréscimo no futuro”.
Com três datacenters e mais de 13 mil km de rede em fibra óptica, a Algar adotou, segundo seu diretor, a estratégia de agregar valor para o cliente com soluções de TI. “Em nuvem estamos oferecendo produtos para atender desde as micro até as grandes empresas, com infraestrutura, hosting, cloud e tudo o que é necessário na plataforma, seja banco de dados, storage ou sistema operacional. Os preços começam em R$ 349 mensais por um servidor”, detalha.
No próximo ano, Garchet diz que a Algar começa a oferecer soluções de software as a service. Marcello Miguel, diretor executivo da Embratel, também admite que o mercado de telefonia fixa não cresce. “Não é de hoje que os mercados mais maduros apresentam estabilização neste segmento. No Brasil, não tem sido diferente, embora no nosso caso tenhamos feito deste serviço nossa estratégia para balancear as quedas percebidas em serviços como longa distância”, diz ele.
Agora, a empresa está investindo em várias soluções e serviços, incluindo cloud computing: “Grande parte dos serviços, produtos e aplicações associados a estas novas plataformas são ofertados no modelo as a service”, explica Miguel.
Já com aproximadamente 400 clientes em carteira, a Oi está comercializando serviços de nuvem desde 2012, diz Roni Wajnberg, diretor de soluções de TI corporativo da companhia. “É um mercado crescente e temos obtido nele muitos resultados positivos. Temos clientes das áreas de educação, saúde, indústria, serviços, clubes, construtoras, governos”, diz.
Os clientes, segundo ele, encontram na Oi uma oferta interessante e completa, com um portfólio rico em soluções para atender a vários perfis de empresas.
A Tim, que registrou no segundo trimestre deste ano perda de receita em SMS e nos valores de interconexão (cobrados quando um assinante de outra operadora liga para um número de um assinante dela), acredita que a receita de serviços de valor agregado (VAS – na sigla em inglês), segmento no qual as ofertas de armazenamento na nuvem se incluem, continuará sendo relevante para o crescimento da operadora, “aliada a uma gestão eficiente dos negócios”.
Segundo a empresa, o aumento do número de usuários de dados e a necessidade de utilizar cada vez mais serviços que demandam o uso de banda larga móvel são fatores que certamente vão colaborar na geração de receita durante os próximos anos. Esse segmento, informa a Tim, vem registrando “contínuo e sólido crescimento no segmento de dados”.
No segundo trimestre de 2014, a receita bruta dos serviços de valor agregado (VAS) da operadora atingiu R$ 1,57 bilhão, um aumento de 22,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado, diz a Tim, se deve ao lançamento de novos serviços e ao crescimento do número de usuários de dados, que atingiu 39% da base total – contra 32% no mesmo período de 2013.
A Vivo começou a oferecer serviços de nuvem na Espanha em 2011 e no ano seguinte no Brasil, diz Mauricio Azevedo, diretor para o segmento de grandes empresas: “A empresa aposta em software como serviço para pequenas e médias empresas, enquanto no segmento de grandes contas o foco está na oferta de infraestrutura como serviço. Ambos são configurados rapidamente, conforme a demanda, e cobrados como serviço, ou seja, desonerando o cliente de pesados investimentos em infraestrutura”.
Em termos de segurança, a empresa já oferece serviços voltados à navegação segura na Internet baseados na nuvem: “Eles permitem gestão do acesso, da banda e filtragem do conteúdo acessado pelos colaboradores e proteção contra vazamento de informação. Outro dos diferenciais que a Vivo oferece é um Security Operations Center (SOC), que presta serviços de segurança complementares, protegendo os ambientes corporativos de missão crítica dos clientes. Azevedo destaca, ainda, a importância da rede.
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PSC.