Por: Sofia Esteves

Vivemos em um momento de pleno emprego – a margem de desemprego em 2014 tem estado na casa dos 5%. Este dado é bem positivo, mas ainda tem um ponto que me preocupa: uma pesquisa divulgada pela The Conference Board há um ano classificou o Brasil em 15º lugar no quesito produtividade na América Latina e 75º no mundo. O estudo traz dados como, por exemplo, que cada profissional brasileiro precisa trabalhar cinco vezes mais que um americano para produzir a mesma coisa.

Se a produtividade de um país é medida pela proporção entre o PIB e a população economicamente ativa, por que mesmo com mais de 100 milhões de pessoas dentro desse perfil nós brasileiros ficamos tão mal classificados? Será que a diferença da equação está no fato de países produtivos investirem muito em educação, tecnologia e infraestrutura e nós ainda deixarmos a desejar nesse sentido?

Cenário brasileiro

Com investimentos baixos em educação, a falta de profissionais bem qualificados é percebida pelo mercado. Por sua vez, os bons são muito valorizados e recebem altos salários – o que contribui para que o preço final dos produtos e serviços subam.

Mas, o que me preocupa mesmo é que embora tenhamos uma carga horária semanal de trabalho maior que a outros países (44 horas contra 38 dos alemães, por exemplo), nossos profissionais são menos produtivos. Precisamos aprender já a produzir com mais eficiência.

Ideias

Acredito – assim como espero que você também, leitor – que a grande maioria dos brasileiros seja composta de profissionais dedicados e comprometidos. Então, para melhorarmos nossa imagem em futuras pesquisas, talvez tenha chegado a hora de aprimorar nossa forma de trabalhar.

Uma ideia simples para sermos mais produtivos é aprendermos a inovar processos com mais naturalidade. Muitas vezes é possível revisitar processos e encontrar soluções que estão bem debaixo do nosso “nariz” e, assim, com pouco investimento aumentar a produtividade.

Outra ideia, que não é nova, mas funciona bem, é a modernização das métricas de avaliação de funcionários. Se as pessoas se envolverem mais em trazer receita para o negócio (ou contribuir para que ela seja gerada), em vez de somente atingir as metas tradicionais, é possível sim trazer resultados mais produtivos.

Enfim, tornarmos nosso país mais produtivo é uma questão de atitude, de mudarmos nossa postura, de querermos essa mudança. Tenho notado que algumas empresas já começaram este processo de mudança e, como empresária, tento ao máximo contribuir para esse processo e sempre estou aberta às sugestões de melhorias de minhas equipes.

Uma vez ouvi de um especialista em inovação uma frase que resignificou alguns dos meus pensamentos sobre esse assunto: “Ganhos em inovação podem ser conseguidos por meio da obsessão por localizar oportunidades pouco óbvias”. Inspirador, não?

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