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Inadimplência tende a ser maior

por: Afonso Bazolli
em: Cobrança
fonte: Valor Econômico
03 de setembro de 2014 - 18:05

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Por: Wanise Ferreira

Depois de oscilações que acenderam o sinal de alerta, o índice de inadimplência do consumidor fechou o primeiro semestre com recuo de 1,1% na comparação com o mesmo período de 2013, de acordo com levantamento da Serasa Experian. Mas esse desempenho não parece ter sido suficiente para afastar o pessimismo de que até o final do ano esse resultado irá se inverter. Mas, mesmo se concretizada a previsão, nada indica uma situação tão grave como a de 2012, quando houve uma escalada de 10,4%. Já na área empresarial, as perspectivas, por enquanto, não estão entre as melhores.

“Não teremos um resultado negativo muito dramático. Mas vários fatores apontam para uma tendência de crescimento do índice de inadimplência do consumidor este ano”, diz Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. Entre os vilões estão as taxas de juros elevadas e o enfraquecimento da economia, ambos agindo tanto sobre empresa quanto consumidores. Já a inflação e um possível impacto da conjuntura macroeconômica no mercado de trabalho nos próximos meses terão reflexos mais duros sobre as pessoas físicas.

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Depois do pico registrado em 2012, o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor registrou no ano seguinte o primeiro declínio no acumulado anual desde o início da série histórica, em 2000, com uma queda de 2%. Esse desempenho foi atribuído à manutenção de baixas taxas de desemprego ao longo de 2013, o maior rigor na concessão de crédito e mais cautela dos consumidores, que se preocuparam mais em quitar suas dívidas ao invés de assumirem novos financiamentos.

“Mas o cenário geral da inadimplência mudou este ano”, ressaltou Rabi. Janeiro e fevereiro quase empataram com aumento da inadimplência de 1,1% no primeiro sobre o mês anterior, seguido de uma retração de 1,5% no segundo. O sinal amarelo foi ligado em março quando os indicadores mostraram uma elevação de 3,7% e na sequência mais duas altas, 2,9% em abril e 2,4% em maio. Em maio, por sinal, foi registrado o primeiro aumento interanual desde junho de 2013, com expansão de 0,3% sobre o mesmo mês do ano anterior.

O resultado de junho foi decisivo para o desempenho do semestre. Em relação a maio, a queda foi de 1,4% e na comparação anual houve uma retração ainda maior, de 3%. Teve peso nesse resultado uma retração de 13,8% sobre o mesmo mês de 2013 e o indicador só não teve uma queda maior por conta de uma expansão de 0,4% na inadimplência com os bancos. As dívidas não bancárias e os títulos protestados também tiveram recuo, de 0,6% e 19,7% respectivamente.

Rabi considera que o final do primeiro trimestre o consumidor começou a sentir mais o desequilíbrio patrimonial à medida que aumentava o peso dos juros sobre suas dívidas. Mas, em contrapartida, tiveram a seu favor o fato de o nível de emprego não ter sofrido abalos significativos.

O cenário da inadimplência das empresas também está tendo outros contornos este ano. Apesar do Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas ter detectado um aumento de 2,5% em 2013, esse foi o melhor resultado do índice em três anos. Em 2012 o percentual de aumento foi de 10,4% e no ano anterior havia atingido 19%. E o desempenho do ano passado poderia ter sido melhor não fossem as altas dos juros e o câmbio.

“Do ano passado para cá tivemos algumas oscilações, mas a tendência de alta da inadimplência das empresas começou a ficar mais evidente desde setembro do ano passado”, diz Rabi. Em janeiro o indicador teve expansão de 11,3% sobre dezembro quando houve uma queda de 1,9%. Em fevereiro caiu 14,8% mas voltou a subir nos três meses seguintes, com 3,7%, 1,1% e 5,3% respectivamente. Mas é na comparação anual que se notam mais as dificuldades enfrentadas nos negócios. De janeiro a maio, o acumulado de alta na inadimplência é de 7%. “Acima de 5% já é muito preocupante”, afirma. Segundo Rabi, as companhias estão com custo do capital de giro mais elevado em um ambiente de baixo crescimento. “Tivemos uma deterioração muito forte do quadro macroeconômico que se agravou com a falta de confiança nos agentes econômicos”, avalia.

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