Por: Abraham Shapiro
Se a perseguição de metas é automática, por que são tão poucas as pessoas que trabalham diariamente na busca de metas claras, mensuráveis e com prazos?
Vejo quatro razões básicas.
A primeira. A maioria dos indivíduos não se dá conta da importância de que metas são importantes. Se você cresce em uma família em que ninguém tem metas ou convive com um grupo no qual as metas não são discutidas nem valorizadas, é possível que chegue à idade adulta sem saber que a sua capacidade de estabelecer e realizar metas terá mais influência em sua vida do que qualquer outra capacidade.
Olhe ao seu redor. Quantos amigos ou membros da sua família têm clareza a respeito das próprias metas e estão plenamente comprometidos com elas? Se poucos, passe a ver este item com maior cuidado.
A segunda razão: as pessoas não sabem como fixar metas. Pior ainda, muita gente acha que já tem metas, quando o que têm, de verdade, é uma série de desejos ou sonhos, como “Ser feliz”, “Ganhar muito dinheiro” ou “Viver bem com a família”. Isto não são metas. São apenas fantasias comuns a todos indivíduos.
Uma meta é algo completamente diferente de um desejo. Ela é clara, objetiva e específica. Pode ser descrita com rapidez e facilidade para qualquer outra pessoa. Pode ser mensurada e você é capaz de saber se a alcançou ou não.
Uma questão agravante é o fato de ser possível formar-se em uma importante universidade sem ter recebido sequer uma hora de aula sobre estabelecimento de metas. É quase como se as pessoas que elaboram as grades curriculares de nossos colégios e universidades fossem completamente cegas para a importância das metas para conseguir sucesso na vida. E se você não ouve falar de metas até chegar à idade adulta, como acontece com tantos, não terá a menor ideia da importância que elas têm em tudo que faz.
A terceira razão pela qual as pessoas não fixam metas é o medo de fracassar. O fracasso dói. É angustiante tanto do ponto de vista emocional quanto, não raro, um problema financeiro. Todos nós passamos pela experiência do fracasso de tempos em tempos. A cada vez, passamos a tomar mais cuidado em evitá-lo no futuro. Isto é um erro. Mais que erro, é uma sabotagem inconsciente, pois, quem age assim deixa de estabelecer metas. Não quer fracassar. No fim das contas, atravessam a vida funcionando em um padrão muito mais baixo do que seria possível.
A quarta razão é temor a rejeição. As pessoas temem que, se fixarem uma meta e não tiverem êxito, serão alvo de críticas ou zombaria. Por isso, você deve manter suas metas em segredo quando começar a estabelecê-las. Não conte para ninguém. Deixe que os outros vejam o que conseguiu, mas não lhes revele nada antecipadamente. Aquilo que eles não conhecem não pode prejudicá-los.
Junte-se aos 3% que estão no topo
Em 1979, a seguinte pergunta foi feita aos formandos do programa de MBA de Harvard: “Você estabeleceu metas claras, por escrito, para o seu futuro e fez planos para concretizá-las?” Verificou-se que apenas 3% dos formandos tinham escrito planos e metas. Treze por cento efetivamente tinham metas, mas não as haviam escrito. E 84% não tinham qualquer meta específica, a não ser terminar o ano letivo e curtir o verão.
Dez anos depois, em 1989, os pesquisadores voltaram a entrevistar as mesmas pessoas. Constataram que os 13% que tinham metas não escritas estavam ganhando, em média, o dobro dos 84% de estudantes que não tinham meta alguma. Mas o mais surpreendente foi que os 3% de formandos que tinham metas claras e por escrito ao deixarem Harvard estavam ganhando, em média, dez vezes mais que os outros 97% juntos.
A única diferença entre os grupos era a clareza das metas que haviam estabelecido para si mesmos ao se formarem.
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