Por: Suzi Katzumata
O setor de crédito imobiliário começou o ano mantendo um firme ritmo de crescimento nos financiamentos para aquisição e construção de imóveis, em meio a um ambiente de taxas de inadimplência cada vez menores e de aceleração no ritmo de amortização. Em dez anos, a inadimplência média do setor caiu de 9,7% para 1,7% em janeiro de 2014, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O declínio registrado nesse período coincide com o início da utilização pelos bancos da regra de alienação fiduciária do imóvel financiado – a lei é de 1997, mas a matéria só foi regulamentada em 2004.
Segundo Hamilton Rodrigues da Silva, gerente geral de crédito imobiliário do Banco do Brasil, a alienação fiduciária proporcionou “mais disciplina ao mercado”, mas ele e outros executivos do setor destacam que a queda na inadimplência é resultado de um conjunto de fatores.
Um deles é estatístico, uma consequência do gradual declínio do número de contratos antigos – garantidos por hipoteca -, combinado com o aumento dos novos financiamentos, que têm como garantia a alienação fiduciária. Considerando só os novos contratos, a inadimplência é ainda menor, de 1,4% em 2013, segundo a Abecip.
Outro é a estabilização macroeconômica, que trouxe um cenário de baixa inflação, crescimento da renda e redução do desemprego. “Isso proporcionou aos bancos confiança para emprestar, as incorporadoras a confiança para fazer lançamentos e ao mutuário a confiança para tomar um financiamento de longo prazo”, acredita Filipe Pontual, diretor-executivo da Abecip.
Entre os principais bancos, a inadimplência encontra-se abaixo da média: Caixa e Bradesco têm uma taxa de 1,5%, enquanto que no BB, que estreou nessa modalidade de financiamento depois da mudança na regra, esse número oscila entre 0,3% e 0,4% desde 2010.
Também contribui para a queda a constante antecipação na amortização do financiamento, cuja média atual é de 10-14 anos, mas que chega a ser mais baixa em alguns bancos. No Itaú Unibanco, a “duration” média da carteira caiu para sete anos, segundo o diretor de crédito imobiliário Luiz França.
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