Fundadores da Zendesk trocaram a Dinamarca pelo Vale do Silício e ganharam 30 mil clientes em 140 países
Por: Ligia Aguilhar
Com uma plataforma online de atendimento ao cliente, a norte-americana Zendesk teve um rápido crescimento. Hoje, a startup fundada em 2007 no Vale do Silício tem 30 mil clientes em 140 países e oito escritórios no mundo. O mais recente deles é o do Brasil, aberto em São Paulo, que será a base da expansão no País.
O executivo João Luis Olivério será o diretor da empresa no Brasil. Com longa experiência no mercado de internet, Olivério se dedicou nos últimos anos ao site de compras coletivas WeGo!, do qual é cofundador, e ao trabalho como CEO da Blue Circle, uma empresa da Rocket Internet. No Brasil, o executivo terá a missão de dobrar a operação nacional da Zendesk até 2014 – atualmente em mil clientes. “Meu trabalho será principalmente focado em vendas”, diz.
O potencial de mercado é enorme. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a computação na nuvem terá uma taxa média de crescimento de 10% até 2015. Só este ano, deve crescer 74% e faturar US$ 302 milhões, segundo a consultoria Frost & Sullivan.
A empresa tem grandes marcas entre os clientes, como Buscapé, Cacau Show e Bio Ritmo Academia. O primeiro contrato no País foi com a Netmovies, em 2009. “Até hoje não sabemos como eles nos descobriram”, diz o dinamarquês Mikkel Svane, que criou o serviço com os amigos Alexander Aghassipour e Morten Primdahl. Ele esteve em São Paulo para a abertura do escritório.
Os sócios trabalhavam com software de atendimento ao cliente quando viram uma oportunidade na computação em nuvem. “No começo éramos três caras sentados em um loft pequeno em Copenhague (Dinamarca). Mudamos para São Francisco e lá atraímos bons parceiros. De repente tínhamos clientes em todo o mundo”, diz Svane. No Vale do Silício, a empresa recebeu US$ 87 milhões em investimentos.
A Zendesk ganhou visibilidade por desenvolver um sistema de atendimento online em uma época em que as redes sociais aumentaram o poder do consumidor. O software permite que as empresas recebam reclamações publicadas em diversas redes sociais e criem um autoatendimento para resolver dúvidas mais simples.
A Zendesk espera acelerar o crescimento com a abertura de capital (IPO) que, segundo Svane, deve ocorrer “em breve”. A meta é alcançar a liderança mundial do setor e se tornar uma gigante como a Salesforce.com, sua principal concorrente. Para isso, porém, terá que lidar com questões importantes como a segurança. Em fevereiro, um hacker roubou dados do e-mail de clientes que usaram as redes sociais para atendimento pelo sistema. “Uma das coisas positivas disso tudo é que muitas empresas se ofereceram para nos ajudar depois disso”, diz Svane.
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