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06 de outubro de 2013 - 14:04

Itau-tenta-estabelecer-juros-retroativos-ao-dia-da-compra-no-cartao-televendas-cobranca

Por: Ricardo Mioto

Em agosto de 2012, o Itaú tentou inovar na cobrança de juros no cartão de crédito no Brasil. A metodologia ainda não decolou, e agora, lançando uma nova bandeira, Hiper, o banco tenta fortalecê-la.

A ideia é cobrar os juros desde a data da compra, sempre que o cliente não pagar a fatura integralmente. Hoje, o padrão é cobrar juros apenas a partir da data da fatura.

Isso aumenta a exposição do cliente a juros -entre a compra e a fatura, podem passar até 40 dias. Por outro lado, os juros -5,99% ao mês- são mais baixos do que a média do mercado (9,37%).

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A bandeira Hipercard, que já é vendida ao cliente com essa taxa de 5,99% a partir da compra, tem 5% do mercado.

Para aumentar a sua participação, o Itaú criou agora o Hiper. Apesar do nome propositalmente similar, trata-se de outra bandeira, nova.

JUROS

Marcos Magalhães, diretor de cartões do Itaú, lembra que no mundo todo os juros são contados da data da compra.

“Esse período de gratuidade entre a compra e a fatura, que faz parte da nossa cultura e é herança da inflação alta, faz com que os juros fiquem mais altos no Brasil. Na prática, aqui alguns poucos clientes pagam muito juro para subsidiar a gratuidade.”

O Hiper demonstra também que o Itaú procura agora adotar uma estratégia de menor dependência dos parceiros.

Um deles é a Mastercard. Cerca de 80% dos cartões emitidos pelo banco têm bandeira da empresa americana. Com o Hiper, o cliente poderá optar por uma bandeira “própria” do Itaú.

Outro parceiro é o Walmart, com quem o Itaú divide o Hipercard. O cartão é oferecido aos clientes da rede e é emitido nas próprias lojas.

O Itaú afirma que o Hiper não se direciona à classe C, chamando-o de “democrático”, e defende que ele não competirá com o Hipercard, popular no Nordeste.

O Hiper, porém, será um cartão aceito apenas no país, deve ter um modelo pré-pago, dá créditos de celular aos clientes e a sua publicidade, com Luciano Huck, será mais forte em capitais como Maceió, Salvador e Fortaleza.

Se a nova bandeira Hiper emplacar, o Itaú dominará:

1) A emissão do cartão, a ser feita agora nas próprias agências, e não por um parceiro;

2) A comunicação entre cliente e banco durante a compra, hoje nas mãos de bandeiras como Mastercard;

3) O processamento em si do pagamento, pois o Hiper só funciona nas maquininhas da Redecard, também do Itaú.

No caso das máquinas, os bancos aguardam regulamentação do Banco Central que pode declarar a obrigatoriedade de compartilhar redes -ou seja, não existiriam mais acordos de exclusividade.

Já é assim para Visa e Mastercard, mas não para as bandeiras menos tradicionais.

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1 Comentário
  1. JUROS (Magalhães, qual é a taxa média/mensal de juros, aplicada em todo o mundo em relação as taxas aplicada no Brasil…? O Brasil quer equiparar o modelo de cobrança de juros pela data da compra, poderia também, pelo menos ficar próximo da taxa média cobrada no mundo, não?

    Paulo Rogério de Jesus em 07 de outubro de 2013 - 16:00

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