Banco alterou a composição de sua carteira enxugando os produtos de maior risco e ampliando o financiamento imobiliário e crédito consignado
Por: Taís Laporta
A forte redução na oferta de crédito de veículos do Itaú, de maior risco, foi responsável por diminuir o alto índice de inadimplência do banco de 7,5% para 4,5% em doze meses. A participação do segmento na carteira caiu de 21% para 11% desde 2010, afirmou o superintendente de Relações com Investidores da companhia, Geraldo Soares, durante reunião pública da Apimec na Expo Money.
Este foi o menor índice desde a fusão entre Itaú e Unibanco em 2008. Para alcançar o resultado, o banco aumentou o rigor para conceder os financiamentos, encurtando o prazo do pagamento de 50 para 41 meses e alterando o valor da entrada na compra dos veículos.
Na outra ponta, o banco buscou ampliar desde 2010 modalidades de crédito de menor risco, como o financiamento imobiliário e o empréstimo consignado. “Decidimos recompor o mix de nossa carteira com produtos menos rentáveis, mas com menos inadimplência”, contou o executivo.
O crédito a grandes empresas também cresceu em detrimento das micro, pequenas e médias no último ano, devido ao maior cumprimento do pagamento do primeiro grupo, segundo Soares. Com o maior rigor na análise de crédito, a inadimplência da pessoa jurídica caiu de 3,7%, em 2012, para 2,5% este ano.
A mudança no perfil levou o banco a atingir o saldo na carteira de R$ 467,5 bilhões em 12 meses, uma alta de 8%.
Outros planos
Ampliar a capacidade de processamento de operações com dispositivos móveis é outro desafio do banco. Para acompanhar a demanda que explodiu de 1,9 milhão de operações para 600 milhões em cinco anos, a empresa iniciou a construção de um novo data center no interior de São Paulo, com investimento total de R$ 14 bilhões. “Se não tivermos escala para o volume exigido, não conseguiremos operar daqui alguns anos”, disse o executivo.
Outro objetivo é ampliar o peso dos serviços na receita do banco. Hoje, ele representa 40% dos resultados do Itaú e seus concorrentes no Brasil. O restante da receita (60%) vem do spread bancário (diferença entre os juros que o banco empresta e toma emprestado). Nos Estados Unidos, observou Soares, essa divisão é mais igualitária, com 52% de spread e 48% de serviços no resultado financeiro dos bancos “Nossa meta é nos aproximar deste número”, completou.
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Será que a moda pegou nos bancos em geral?
Abraço,