Por: Maurício Grego
Com o Watch2Pay, que deve chegar ao Brasil em setembro, será possível pagar passagens de metrô e ônibus (e, futuramente, compras) aproximando o pulso da catraca
Quando se fala em pagamentos móveis, muita gente pensa no uso do smartphone como carteira digital. Mas há outras opções. Uma das mais práticas é embutir o sistema de pagamento num relógio de pulso, como fez a empresa austríaca Laks em seu Watch2Pay.
Os relógios Watch2Pay permitem fazer pagamentos aproximando o pulso de um terminal. Eles devem começar a ser vendidos no Brasil em setembro ou outubro. No início, poderão ser usados para pagar passagens de metrô, trem e ônibus.
Importados pela distribuidora Yellowgreen, os relógios serão vendidos pela Ponto Certo, empresa que fornece sistemas de passagens de transporte coletivo, além de atuar em recarga de celulares pré-pagos.
A empresa já está testando o Watch2Pay em Recife e Ribeirão Preto (SP). O relógio traz embutido um minúsculo cartão de identificação por radiofrequência (RFID). Funciona da mesma maneira que os cartões pré-pagos empregados para pagamento de passagens em São Paulo e em outras cidades.
Basta aproximar o pulso do sensor instalado na catraca para liberar a passagem. O usuário poderá repor os créditos no relógio em máquinas de autoatendimento. E o plano da empresa é, numa etapa posterior, possibilitar o uso do Watch2Pay também em compras e outros pagamentos.
“Já estamos discutindo isso com empresas de cartões de pagamento. Elas estão muito interessadas. O relógio pode funcionar como cartão de crédito ou de débito”, disse, a EXAME.com, Eduardo Muniz, diretor da Ponto Certo.
Muniz afirma que a empresa ainda está fazendo as contas para determinar o preço exato do relógio no Brasil. “Nossos tributaristas estão calculando os impostos”, diz. Ele espera que fique por volta de 200 reais.
Na Inglaterra, o Watch2Pay é vendido por 99 libras, o equivalente a 330 reais. “O preço depende da forma de comercialização e dos serviços agregados. Vai ser mais barato aqui”, afirma Muniz.
O Watch2Pay já é usado como meio de pagamento em países como Turquia, Rússia, Polônia e Reino Unido. Para isso, a Laks tem uma parceria com a Master Card. A empresa diz que há 32 milhões de terminais de pagamento compatíveis com o relógio no mundo.
Ainda assim, quem compra o Watch2Pay na Europa recebe, junto, um cartão convencional para uso em lojas que não aceitam pagamento por aproximação. Diferentemente do que acontece ao pagar uma passagem de ônibus ou metrô, será preciso digitar uma senha ao usar o relógio em lojas e restaurantes.
Ainda assim, num país com alto índice de criminalidade como o Brasil, pode-se questionar se o relógio não vai virar alvo de ladrões. “Como a maioria das pessoas usa relógio — em muitos casos até mais caro que o nosso — ele não deve chamar atenção. Vai ser menos perigoso usá-lo do que abrir a carteira para pegar dinheiro”, diz Muniz.
Ele também vê a possibilidade de o relógio ser habilitado apenas para pagamentos de valor baixo. Isso o tornaria menos atraente para eventuais ladrões.
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