Por: Edson Valente
Você acorda pela manhã e a primeira coisa que lhe vem à cabeça é: “Droga, mais um dia de trabalho”. Esse pensamento negativo antes mesmo de sair da cama geralmente indica que algo está errado em sua vida profissional.
Ser infeliz no emprego é uma situação corriqueira especialmente se o mercado está aquecido e novas oportunidades costumam bater à porta, afirma Marcelo Braga, sócio da Search, consultoria de recrutamento de executivos. “É comum olhar para o vizinho e achar que ele está mais satisfeito, no aspecto financeiro ou em relação a status”, analisa.
Inove sua rotina
Converse com colegas e desenvolva novas formas de realizar tarefas e atingir os objetivos da organização; se entraves burocráticos do dia a dia atrapalham não só o seu desempenho mas também o de outros profissionais, apresente um projeto para a modernização do sistema que beneficie toda a equipe
Identifique o que te incomoda
Não generalize a insatisfação; busque pontualmente o que o desagrada e defina estratégias específicas para lidar com cada aspecto negativo. Se for uma determinada tarefa, por exemplo, considere a possibilidade de delegá-la
Fale com o chefe
Se o superior imediato é o problema, abra o jogo, ou parte dele, com o mesmo ou para instâncias que estejam acima do seu chefe. A própria empresa pode cogitar que você seja realoc ado para outro departamento ou informar que ele está para ser transferido
Tente mudar de área e de ares
Lembra do sonho de exercer uma atividade que requeira uma verve criativa mais acentuada? Talvez seja o momento de correr atrás dessa oportunidade ? e ela pode estar algumas salas, ou mesas, ao lado. Não feche os olhos para novos desafios em seu emprego atual
Pela porta da frente
Se a situação ficar insustentável e você decidir que sairá da empresa, tome essa atitude antes que seu desempenho despenque a um nível abissal e sua imagem profissional fique desgastada. Ela é o seu maior patrimônio
Nem sempre, porém, o funcionário descontente dará ouvidos à tentação da mudança. Um salário difícil de ser equiparado, um curso bancado pela companhia ou a visibilidade de um cargo importante em uma grande multinacional são exemplos de fatores que muitas vezes amarram o empregado ao posto que o desagrada.
Nesse caso, se a decisão é permanecer, como fazer para que o fardo não seja tão pesado?
Um caminho possível é a automotivação, orienta a professora Vera Lucia Cavalcanti, coordenadora do Núcleo de Liderança do FGV in company, programa de treinamento da Fundação Getulio Vargas.
A estratégia consiste em desenvolver um olhar mais criativo sobre o ambiente de trabalho. “Ao entrar no estado de desmotivação, a tendência é centrar-se no próprio umbigo, tornar-se um muro de lamentações”, explica Cavalcanti. “É preciso buscar oportunidades ao redor.”
A começar pela percepção de que nem tudo é ruim. Identificar o que exatamente provoca a insatisfação – entraves burocráticos ou uma determinada política de gestão, por exemplo – pode ser o ponto de partida para adotar medidas pontuais para combatê-la.
Se procedimentos rotineiros já estão desgastados, por que não sugerir inovações que tornem o cotidiano de todos mais eficaz e menos enfadonho? “Interaja com as pessoas, busque alianças internas”, propõe a professora. “É uma questão de atitude.”
Quando o chefe é a pedra no sapato, uma conversa clara com as esferas superiores vale como tentativa de superar o obstáculo. “Ele mesmo pode estar em vias de ser realocado dentro da empresa, o que até abriria espaço para uma promoção”, considera Braga.
Tentar migrar para outra área dentro da corporação também surte efeito no estado de ânimo profissional. Para tanto, é preciso estar atento a vagas que possam ser preenchidas internamente.
Ponto de ruptura
À medida que as alternativas se esgotam e não há sinal de melhora, talvez seja mesmo o momento de pensar em pedir para sair. E preocupar-se em fazê-lo pela porta da frente.
“É melhor sair como um excelente profissional, sem deixar cair a performance nem ter a imagem desgastada”, aconselha o sócio da Search. “Vivemos muito da imagem que construímos, e um momento de baixa pode implicar um descarrilamento irreversível na carreira.”
A escolha pelo desligamento, reforça Braga, também requer uma visão ampla na negociação dos benefícios que a empresa oferece.
“Quando ela banca um MBA, é de praxe firmar em contrato que o executivo só poderá se desligar dois anos após a conclusão do curso. Para sair antes, pode-se negociar a devolução do dinheiro da pós-graduação”, exemplifica. “O mais comum é a empresa que irá contratá-lo dar luvas ou um bônus para que cubra essa despesa.”
Mais importante que tudo, resume Cavalcanti, é pesar o custo da decisão. “Saber até que ponto vale a pena sacrificar o prazer e a realização no trabalho, que são aspectos internos da motivação, em nome de vantagens externas, como um salário alto”, frisa.
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