Por: Guilherme de Souza
De estudantes do Primário a líderes de um país, todos cometem erros, e muitas vezes têm dificuldade em pedir desculpas por eles. Haveria alguma explicação psicológica para esse fenômeno tão comum? De acordo com um estudo recente, sim: a sensação de poder.
“Quando você se recusa a pedir desculpas, sente como se tivesse mais poder. Esse poder e controle parece se traduzir em sentimentos de autovalorização mais fortes”, explica o pesquisador Tyler Okimoto, da Universidade de Queensland (Austrália).
Okimoto e sua equipe pediram a 228 estadunidenses que tentassem se lembrar de algum erro que haviam cometido e, em seguida, perguntaram se haviam pedido desculpas ou se decidiram não se desculpar, mesmo reconhecendo que estavam errados. Os voluntários foram então divididos aleatoriamente em dois grupos: em um deles, a pessoa tinha que escrever um e-mail pedindo desculpas pelo seu erro; no outro, um e-mail contando que se recusava a se desculpar.
Apesar dos benefícios psicológicos apontados, contudo, os pesquisadores não sugeriram que se recusar a pedir desculpas seria uma boa estratégia: mesmo com a “sensação de poder”, a atitude pode desgastar relações sociais e dar origem a mais conflitos.
Para Okimoto, investigar a dificuldade que muitas pessoas têm em se desculpar pode ajudar a lidar com o problema de modo mais eficaz do que o convencional – que é “forçar” a pessoa a pedir desculpas. A recusa, de acordo com o estudo, está ligada à preservação da autoestima e, portanto, a um comportamento defensivo por parte de quem erra. Uma atitude compreensiva por parte de quem está “certo” poderia ajudar a quebrar (ou ao menos diminuir) a barreira que se cria no conflito – embora nem sempre seja fácil perdoar ou compreender o outro, mas aí já é outra história.
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