Conheça a Relationship Science, a rede social que facilita o acesso aos maiores investidores do mundo.
Por: Diego Marcel
O executivo americano Neal Goldman fundou, em 1999, em parceria com dois sócios, o Capital IQ. A empresa tinha como função trabalhar com informação financeira. Seu objetivo era coletar dados de corporações, fundos de capital de risco e grandes investidores, analisando seus movimentos e ações. A companhia prosperou e atualmente é uma das mais influentes do setor nos EUA. Hoje, mais de uma década depois, Goldman tornou-se conhecido como um profissional renomado da cena de Wall Street. A fama adquirida pavimentou o caminho para que trabalhasse na criação de outra empresa: a rede social corporativa Relationship Science (Relsci), uma espécie de Linkedin dos magnatas, fechada, com informações valiosas dos principais investidores e empreendedores internacionais.
A receptividade do mercado à ideia foi boa. Há dois anos, quando começou a captar recursos para seu empreendimento, Goldman precisou de apenas três dias para levantar US$ 6 milhões para o projeto. O site estreou em janeiro, mas a Relsci está em funcionamento desde 2011. Isso porque Goldman precisava montar um imenso banco de dados antes de lançar o serviço. Assim, uma legião de 800 pesquisadores, a maioria alocada na Índia, coleta desde aquela época uma quantidade gigantesca de informações sobre os grandes investidores e empresários. O resultado foi a formação de um acervo com cerca de dois milhões de cadastros. A ficha conta com dados sobre amizades, negócios e empresas. Em resumo, cada perfil mostra com quem cada figurão se relaciona e faz negócios.
Ter o acesso privilegiado a essa rede poderosa, no entanto, não é para qualquer um. Na página inicial do endereço eletrônico, há apenas algumas informações sobre como o sistema funciona. Se quiser conhecer a plataforma por dentro, o interessado deve solicitar uma permissão para experimentá-la por 15 minutos. O usuário passará por uma avaliação, que levará em conta seu histórico profissional. Caso seja aprovado, ele receberá um telefonema de um vendedor da Relsci, que o guiará pela visita virtual. Ao final dessa etapa, o usuário que quiser acessar definitivamente a rede terá de pagar uma taxa anual de US$ 3 mil. E poderá então se relacionar com magnatas como Warren Buffett e George Soros. O processo de seleção da Relsci é rigoroso. Para ser aceito, o usuário deve preencher um perfil e já ter um histórico de negócios bem-sucedidos, além de passar por uma entrevista.
“Não queremos que os listados em nosso banco de dados sejam procurados por qualquer pessoa”, afirma Josh Mait, diretor de marketing do site. “Queremos pessoas que tenham a possibilidade de oferecer bons negócios.” Empreendedores em busca de investimento são um público potencial para a rede, mas não o único. Ela conta também com fichas dos principais executivos de grandes empresas. Assim, corporações podem usar esses dados para pesquisar talentos e candidatos a membros de seus altos escalões. “Existe essa possibilidade, mas nosso principal cliente é o profissional realizado que tem interesse em fazer negócios”, afirma Mait. Apesar de repletos de informações, os cadastros têm um detalhe: não fornecem e-mail e telefone. “Não somos um facilitador de spam.”
A ideia é que a aproximação seja feita por meio de contatos em comum, e não diretamente pelo site. O banco de dados do Relationship Science hoje é focado nos EUA. Dos dois milhões de cadastros, apenas 15% são de fora do país. Em um segundo momento, a empresa aumentará sua base de dados para além das fronteiras americanas. Capital para isso não falta. O Relsci conta com cerca de 100 investidores. “Temos nomes como Henry Kravis, Ken Langone, Cornelius Vander Starr e a Hearst Corporation por trás de nós, apenas para citar alguns poucos.” Embora atualmente o foco do site sejam os EUA, há pelo menos um brasileiro perfilado. “Temos um perfil bem robusto do Eike Batista”, afirma Josh Mait.
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