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17 de setembro de 2024 - 17:04

Como-a-centralização-nos-grandes-bancos-virou-o-grande-vilão-do-mercado-financeiro-televendas-cobranca-1

A centralização do poder nos grandes bancos e na indústria do cartão de crédito parece, por fora, uma boa solução para o consumidor. Porém, historicamente, o que tem acontecido é justamente o contrário: clientes pressionados com opções de parcelamento com juros altíssimos e baixa acessibilidade – altas taxas de exclusão na aprovação de emissão de cartão de crédito. Por exemplo, 38% da população brasileira não têm acesso ao cartão de crédito. Essa falta de opções, por muitos anos, abriu espaço para que os incumbentes se sentissem confortáveis em cobrar até 411% a.a. de juros no rotativo.

Recentemente, o Bacen abriu a discussão sobre uma mudança no parcelamento de compras sem juros, o que gerou uma discussão que incluiu (e impacta) atores como varejistas, bancos e fintechs. O tema central dessa conversa promovida pelo Bacen não é ter ou não parcelamento sem juros, mas sim como fomentar o surgimento e o desenvolvimento de iniciativas que garantam condições melhores e mais justas tanto para consumidores quanto para varejistas.

Contexto

Primeiramente, é importante desenhar um pano de fundo e levar em consideração que a forma como o parcelamento foi criado e é feito até hoje tem consequências que trazem juros altos e exclui uma parte da população. Há, atualmente, um emaranhado complexo de interesses conflitantes entre (1) consumidor, (2) emissor do cartão de crédito, (3) credenciador e (4) varejista.

O consumidor quer acesso ao crédito. O emissor do cartão quer lucrar com o crédito, no menor risco possível, e o credenciador quer remuneração pela utilização de sua estrutura. O varejista, que, antes da indústria do cartão de crédito, assumia todo o risco, trocou isso pela certeza do recebimento em troca do pagamento de uma taxa. Com o cenário econômico desfavorável, o consumidor não tem hoje muita escolha, a não ser concordar com os indecentes juros do rotativo (quando o cliente não paga sua fatura em dia), ou então parcelar suas compras com juros. Por outro lado, se o varejo não oferece o parcelamento, vende menos. Tudo isso se torna uma bola de neve.

Parcelamento democrático

O que o mercado precisa é de empresas que desafiam esse status quo, que não concordam com juros estratosféricos e que acreditam que o parcelamento é vital para o varejo e para a população brasileira, mas que precisa ser aplicado de forma democrática. Esse tipo de aplicação – que apoia aplicações de novos modelos de pagamento capazes de melhorar as condições para os consumidores e varejistas – funciona porque não visa apenas ao lucro, mas pensa no mercado e na estrutura do varejo e em como ele precisa evoluir para que todas as partes envolvidas na jornada de compra sejam supridas – tanto o consumidor quanto o varejista. A questão não é acabar com uma forma de pagamentos, mas entender como evoluí-la.

É importante pontuar que proibir o parcelamento sem juros seria também punir o bom pagador, reduzindo assim o acesso de milhares de brasileiros que não podem realizar compras à vista – de acordo com o Banco Central, 40% das vendas do varejo são feitas no cartão de crédito, e 79% das compras no cartão são parceladas. O que deveria ser colocado em discussão não é se deveria ter ou não um parcelamento sem juros, mas sim a importância de não aplicar juros abusivos por parte dos operadores. A agenda evolutiva do Pix pode ser apontada como solução desse emaranhado complexo.

O lançamento do Pix Automático e o início do debate organizado a respeito da concessão de crédito via Pix são cruciais para essa evolução e democratização do poder de compra. Há uma tendência mundial de BNPL, que também está crescendo bastante no Brasil através do Pix Parcelado liderado por fintechs. Sem dúvida alguma, é a solução mais justa para o consumidor, mais segura para o lojista e mais eficiente para o mercado. Dessa forma, tanto o varejista quanto o consumidor conseguem ter acesso a uma forma eficiente e equilibrada de parcelamento, sem o efeito indesejado do superendividamento dos consumidores.

É possível repensar as coisas, manter modalidades de parcelamento sem juros e democratizar o acesso ao parcelamento e pagamentos, possibilitando que o consumidor mantenha seu poder de compra sem entrar em uma bola de neve.

Dicas para manter a eficiência financeira e sobreviver ao mercado em 2024

Ao longo do ano, o principal assunto dos eventos relacionados ao mercado financeiro e do varejo, bem como à visão de especialistas dos setores foi, basicamente, a importância de manter a eficiência financeira para sobreviver ao mercado em 2024.

Isso porque, à medida que o e-commerce continua com boas perspectivas de evolução para o próximo ano, diversos desafios do cenário macroeconômico tornam a eficiência financeira um fator crítico para a sobrevivência e o crescimento sustentável das empresas.

Os desafios econômicos e as mudanças nas expectativas do consumidor que vivenciamos este ano devem se manter, ao menos em parte, para o ano que vem. Por isso, as empresas de e-commerce precisam adotar estratégias financeiras sólidas para garantir um 2024 com menos atritos.

Neste artigo, darei algumas dicas para manter a eficiência financeira e prosperar nesse desafiador mercado que está em constante transformação.

Faça dos dados uma bússola para as decisões

A capacidade de coletar, analisar e interpretar dados tornou-se um dos ativos mais valiosos para as empresas atualmente. E para o e-commerce, claro, não é diferente. Então, utilize ferramentas analíticas e invista em um time de dados para compreender o comportamento do consumidor, identificar padrões de compra e ajustar estratégias de precificação.

A análise de dados fornece insights fundamentais para otimizar inventários, personalizar ofertas e direcionar investimentos de marketing de maneira mais eficaz. Para se ter uma ideia, de acordo com dados da Entrepreneur, a relevância do Big Data nos negócios cresceu de tal maneira, que o mercado que envolve o conceito deve alcançar US$ 77 bilhões até o fim deste ano.

Automação e eficiência nos processos

Automatizar tarefas financeiras recorrentes não apenas economiza tempo, mas também minimiza erros e melhora a precisão. Portanto, investir em sistemas e tecnologias integradas de gestão financeira que podem unificar operações, desde a gestão de estoque até a contabilidade, proporcionando uma visão abrangente das finanças, é uma forma de manter a eficiência financeira na gestão.

Ao otimizar os processos, os e-commerces podem reduzir custos operacionais, melhorar a eficiência e focar em atividades estratégicas. Nesses casos, também vale fazer uma revisão de licenças de softwares que não são mais utilizados ou que possuem excesso de acessos. Reduzindo as licenças desnecessárias e controlando acessos – limitando-os a quem realmente necessita deles – pode-se reduzir recursos importantes.

Diversificar fontes de receita

A dependência excessiva de uma única fonte de receita pode tornar um negócio vulnerável às flutuações no mercado. Por isso, considere diversificar seu portfólio de produtos ou explorar novos canais de vendas.

Parcerias estratégicas e programas de fidelidade podem ser implementados para criar fluxos de receita mais estáveis e duradouros. Além disso, a aposta em clubes e serviços de assinatura têm sido um dos grandes trunfos do e-commerce para diversificar receita.

Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), nos últimos três anos, os serviços por assinatura no e-commerce cresceram e movimentam cerca de R$ 1 bilhão por ano. Só em 2021, as empresas que optaram por incluir a estratégia de assinaturas no negócio tiveram um aumento de 18% no faturamento.

Gestão eficiente de estoques

O estoque é um verdadeiro calcanhar de Aquiles para o e-commerce e pode ser o maior contribuinte ou o pior vilão do negócio, já que representa um investimento significativo para a empresa.

Por isso, implemente práticas de gestão de estoque eficientes, utilizando previsões de demanda, análise de vendas passadas e sistemas de controle de estoque em tempo real. Isso ajuda a evitar excessos ou escassez, otimizando os custos associados ao armazenamento e melhorando a eficiência operacional.

Experiência do cliente como norte

Estamos vivendo a verdadeira era da experiência do cliente, por isso, oferecer um atendimento excepcional não apenas impulsiona as vendas, mas também contribui para a fidelização do cliente.

Invista em recursos que aprimorem a jornada do cliente, desde uma navegação intuitiva no site até um atendimento ao cliente eficiente. Pense que clientes satisfeitos são mais propensos a retornar, gerando receitas recorrentes e reduzindo os custos de aquisição.

Resiliência financeira

O próximo ano certamente reservará seus desafios, então, mantenha uma reserva de emergência para enfrentar imprevistos. Afinal, as lições desses últimos anos mostram o quanto flutuações econômicas, eventos inesperados e crises globais podem impactar os negócios.

Por isso, ter uma reserva financeira proporciona estabilidade e flexibilidade para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades estratégicas quando surgirem.

Em um ambiente tão dinâmico quanto o e-commerce, a capacidade de adaptação e a implementação de estratégias financeiras inteligentes são fundamentais para o sucesso a longo prazo.

Portanto, ao incorporar análise de dados, automação, diversificação e uma abordagem centrada no cliente, os e-commerces podem não apenas sobreviver, mas prosperar em um mercado competitivo e em constante evolução, mantendo a eficiência financeira que promete ser tão importante para lidar com os desafios do próximo ano.

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