Os consumidores brasileiros que pagam só o mínimo da fatura do cartão estão levando, em média, 40 dias para pagar o resto.

O consumidor brasileiro está deixando pra mais tarde o pagamento da fatura do cartão de crédito.

A matemática deu um susto na bruna. Uma conta que ela não pagou no começo do ano já triplicou de valor. É a fatura do cartão de crédito.

“Fico meio desesperada, não sei o que fazer. Que é um dinheiro que eu poderia estar gastando, vou ter que dar pro banco agora”, disse Bruna Ortega, publicitária.

Não é difícil conseguir crédito hoje no Brasil. Ainda mais com o mercado de trabalho em alta como agora. É muito mais fácil para um empregado pegar dinheiro no banco do que para um desempregado. Mesmo assim, muito brasileiro ainda escolhe o crédito mais caro de todos.

Os juros do cartão estão em mais de 10% ao mês. Bem acima das taxas cobradas no cheque especial, no empréstimo pessoal e no crédito consignado, que é o mais em conta.

Os brasileiros que pagam só o mínimo da fatura do cartão estão levando, em média, 40 dias para pagar o resto. E se o resto for, por exemplo, de R$ 500, sobe para R$ 570, 40 dias depois, sem contar outras cobranças, como o Imposto sobre Operações Financeiras.

Desde 2009, os consumidores não ficavam tanto tempo devendo no cartão, no chamado “crédito rotativo”.

Para o professor de finanças Ricardo Humberto Rocha, é a comodidade do cartão que acaba seduzindo os consumidores.

“Ir ao banco, pedir um credito mais barato, causa certo constrangimento, demanda tempo, você pode ser negado, então é mais simples, eu olho pra fatura e falo: ‘vou pagar o mínino’. Acho que essa simplicidade ela complica a vida do consumidor, ele deveria evitar”, afirmou Ricardo Humberto Rocha.

Então, em se tratando de cartão, é melhor não ficar devendo.

“Não pago o mínimo. Tenho medo. Tenho medo dos juros”, ressaltou Eliana Goldman Fares, médica.

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