O mercado de Non Performing Loan (NPL) é cada vez mais promissor. Em 2020, o segmento transacionou R$15 bilhões na compra de carteiras vencidas, especialmente com mais de dois anos de atraso, número que saltou R$ 44 bilhões no ano seguinte e R$ 62 bilhões em 2022. Para este ano, o mercado estima que o volume de aquisições de dívidas em atraso chegue a R$ 65 bilhões.
Além de se mostrar cada dia mais promissor, o mercado de NPL agora conta com mais um player especializado no nicho, a TW Capital.
A empresa nasceu em maio, momento em que a então Intrum decidiu vender a operação no Brasil. Ulisses Rodrigues, CEO da empresa desde 2020, aceitou o desafio de adquirir a operação e criar uma nova marca.
“Negociamos por algum tempo e vi a oportunidade de desenvolver mais o nosso negócio aqui, mais focado no mercado de NPL e menos focado na prestação de serviços. Fiz a aquisição no dia 30 de maio. Rapidamente redesenhei a empresa, reformatei o modelo de negócios e defini TW Capital como novo nome”, conta Rodrigues.
Mercado
Apesar de ser uma empresa ainda pequena, a TW Capital já conta com números expressivos. O primeiro deles vem da própria habilidade de Ulisses Rodrigues enquanto CEO, tendo em vista que ele acumula 20 anos de experiência no mercado e já foi responsável por outros dois players globais de NPL além da Intrum.
À frente da nova empreitada, ele está criando fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) e investiu R$ 30 milhões na aquisição de duas carteiras para reiniciar a jornada com sua nova marca. “A estratégia dos grandes compradores é montar uma estrutura de negociação que caiba no bolso do devedor”, comenta o CEO.
Mais que criar oportunidades de recuperação de inadimplentes, Rodrigues aposta na expansão do mercado como estratégia para consolidar a TW Capital e se diferenciar dos demais players. “Ainda que os números do mercado de NPL estejam crescendo ano a ano, e sejam números expressivos, acredito que ainda são números muito pequenos se comparados com todo o potencial no Brasil, pois existem inúmeros setores que nunca venderam carteiras.”
Cenário econômico
Apesar dos avanços promovidos pelo programa Desenrola, que segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) já viabilizou a renegociação de mais de dois milhões de contratos, o cenário da indústria de Crédito e Cobrança ainda é desafiador.
No início do ano, levantamentos indicavam que o Brasil tem mais de 71,45 milhões de brasileiros negativados, cenário que, segundo o CEO da TW Capital, deve se manter até 2024. “Isso coloca muita pressão para os originadores de crédito, porque obviamente eles precisam de liquidez, o que acaba sendo a principal motivação para que volumes tão grandes de carteiras estejam sendo colocados no mercado”, continua o gestor.
Diante desta perspectiva, Rodrigues acredita que os ‘bancões’ colocarão muitas carteiras à venda, em busca de liquidez, e que o mercado vai se manter aquecido, pois boas oportunidades sempre existem, independente do cenário macroeconômico.
Por fim, ele ressalta as empresas de NPL. “Os compradores de carteira têm uma grande vantagem frente aos originadores, que é o tempo. Então, um originador, como qualquer financeira ou emissora de crédito que está com uma carteira vencida há dois ou três anos, tem pressa de receber. Quando o comprador adquire estas carteiras, ele não tem tanta pressa em receber. Isso faz com que o comprador possa oferecer melhores condições para o devedor do que o credor original”, conclui Rodrigues, que deve terceirizar a cobrança conforme a evolução da empresa.
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