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20 de novembro de 2022 - 12:14

Faltam profissionais qualificados no mercado ou sobram líderes que não querem desenvolver pessoas? – Por Ubiratan Nogueira-Televendas-Cobranca

Caro leitor, acredito que você tenha estranhado a afirmativa do enunciado, pois todas as notícias que circulam nas mídias responsabilizam a falta de qualificação dos profissionais por haver muitas vagas sem serem preenchidas no mercado de trabalho.

Nesta reflexão, vou dar destaque para o setor de serviços, no qual atuo há quase 30 anos e tive a oportunidade de acompanhar inúmeros processos de recrutamento e conhecer profundamente o modus operandi dos RHs em diversos negócios, bem como o networking que criei nestes anos com profissionais e especialistas da área.

Para quem me conhece, sabe o quanto eu sempre valorizei a oportunidade do primeiro emprego para os jovens, pois o meu ingresso no mundo dos negócios foi por uma primeira chance de emprego sem ter qualquer experiência técnica, apesar da demonstração de muita vontade de trabalhar e ascender na carreira.

Com o passar do tempo, já atuando como gestor de pessoas, eu dava preferência em contratar candidatos sem experiência técnica requerida para a vaga por sentir prazer em treinar e desenvolver os profissionais que iriam trabalhar diretamente comigo ou sob a minha gestão, tanto na operação como nas áreas de apoio e planejamento. Motivo: alguns profissionais com experiência trazem alguns vícios adquiridos em outros negócios, muitas vezes difíceis de desconstruir.

Uma coisa é fato: boa parte dos líderes quer e deseja pessoas prontas, com enorme capacidade intelectual e inúmeras qualidades descritas no currículo, mas como tem pressa em contratar e valoriza somente as hard skills, ou seja, as habilidades técnicas, acaba muitas vezes inserindo em sua equipe alguém que desagrega e conturba o ambiente com os demais colegas, e talvez o pior, sem entregar o resultado pretendido.

Sabemos que a análise das soft skills do profissional, ou seja, das habilidades sociocomportamentais, hoje é mandatória em qualquer negócio.

Na hipótese de contratar um profissional com experiência na área de atuação, durante a entrevista com o pretendente da vaga, o líder deve estar completamente despido de todos os tipos de preconceitos em relação ao candidato: idade, formação familiar, gênero sexual, raça, crença, etc., afinal de contas, ele estará conversando com um ser humano que tem as mesmas necessidades materiais e de dignidade que a sua.

O mais importante e fundamental, na minha opinião, é identificar a vontade de trabalhar e o que o candidato aspira, num futuro próximo, com a oportunidade a ser concedida.

Por fim, sabemos que a vida de quem está formalmente empregado é muito atribulada e pensar no outro fica mais difícil, mas se cada um dedicar um pouco mais de tempo para ajudar a desenvolver as pessoas, sem dúvida, teremos menos profissionais desempregados e desesperançosos em nosso país.

Abraços e até a próxima!

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1 Comentário
  1. Perfeita análise e ponderações

    Calos santana em 29 de novembro de 2022 - 22:12

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