Você já deve ter ouvido alguém falar em “LGPD” ou até lido a expressão nas redes sociais ou nos jornais.
A Lei Geral de Proteção de Dados ganhou destaque nos últimos meses, quando empresas de diversos segmentos começaram a se adaptar à legislação.
Mas o que significa LGPD? E como isso afeta a sua gestão comercial e o tratamento de dados dos clientes?
Neste artigo, vamos te ajudar a entender essas e outras questões envolvendo segurança cibernética e a privacidade dos clientes na gestão de vendas e pós-vendas. Confira!
O que é LGPD?
A Lei Geral de Proteção de Dados veio de uma preocupação que emergiu no mundo todo após o escândalo da empresa Cambridge Analytica, na qual dados de usuários do Facebook foram utilizados sem consentimento para a campanha eleitoral de 2016 dos EUA.
Isso fez com que o mundo do todo começasse a pensar mais seriamente em segurança de dados e em como garantir a privacidade dos usuários de internet.
A LGPD, lei nº 13.709, aprovada em agosto de 2018, passou a estar vigente a partir de agosto de 2020.
Ela estabelece um cenário de segurança jurídica e de padronização de normas e práticas para promover maior proteção aos dados pessoais de todo cidadão que esteja no Brasil.
Ou seja, a LGPD regulamenta diversos aspectos do uso de dados pessoais, desde regras de segurança até punições para o descumprimento da norma.
Em caso de descumprimento da LGPD, empresas e instituições podem ser condenadas a pagar uma multa de até 2% do faturamento líquido, podendo chegar a R$50 milhões por infração.
Além de ter sua imagem comprometida com a divulgação de seu nome pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
Como isso afeta a gestão de vendas?
Com a LGPD, algumas regras básicas passaram a existir no dia a dia dos gestores e vendedores, como:
Coleta de dados
Todos os clientes que entrarem na sua base devem autorizar o uso de dados pessoais de acordo com a sua Política de Privacidade;
Acesso aos dados
Você deve disponibilizar acesso para todos os usuários que estiverem na sua base de dados, inclusive dando o poder de modificá-los ou excluí-los permanentemente;
Justificativa do uso de dados
Sempre que você for coletar dados de seus clientes, essa coleta precisa ter uma justificativa clara sobre o seu uso;
Apenas por esses três pontos básicos, você já deve ter percebido que, mesmo fazendo a sua gestão fora da web, com planilhas do Excel ou agendas, ainda assim, há regulamentação sobre a coleta e uso de dados.
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Os sistemas de CRM são seguros?
Como todo sistema que colete e use dados, os softwares de CRM (CustomerRelationship Management) também precisam obedecer à LGPD.
Na prática, isso significa incluir mecanismos em seus sistemas que colaborem para a proteção contra vazamentos e limitem o acesso a dados sensíveis, evitando acessos não autorizados.
O benefício de ter isso em um software, e não em um papel ou planilha, é a possibilidade de ter um histórico de dados bem-organizado, incluindo a informação de quem atualizou as informações e quando.
Assim, os sistemas de CRMs representam uma maior segurança do que métodos mais tradicionais de organização de dados. Até porque, anteriormente, era mais fácil perder ou até mesmo roubar informações.
A LGPD no SMark CRM
A segurança de dados é um dos principais pilares para avaliar a qualidade técnica de um CRM.
É por isso que a SMark trabalha com processos de gestão da informação dos clientes de forma bem estruturada internamente, seguindo todas as políticas de privacidade e segurança.
O SMark CRM também conta com assessoria de profissionais especializados na segurança da informação para garantir a privacidade dos dados dos usuários e clientes.
Uma das medidas tomadas pela empresa é o uso de plataformas de armazenamento como a AWS, além de diversos fornecedores de alta confiabilidade e reconhecimento global.
Além disso, o software permite o controle de acesso detalhado para cada perfil de usuário. Assim, é possível separar as informações dos cadastros que podem ser vistas por cada usuário distinto.
Ou seja, dentro de um mesmo cadastro, é possível definir quais informações serão vistas por cada pessoa, configurando um acesso parcial.
Bate-papo com especialista
Convidamos um especialista no assunto para tirar as principais dúvidas sobre segurança de dados no CRM!
Reges Bronzatti é advogado, especialista em Direito Digital, contratos e negociações de TI, além de ser empreendedor em negócios digitais. Ainda, ele é mentor para empresas que buscam se adequar às normas da LGPD.
Veja os detalhes desse bate-papo:
Um sistema de CRM é mais ou menos seguro do que formas mais tradicionais de gestão de vendas?
Um sistema de CRM é bem mais seguro porque ele responde a processos de negócios, ou seja, ele já é um caminho estruturado de forma organizada, o que faz com que determinados fluxos de informações só sigam um determinado caminho já pré-definido.
O sistema automatiza uma série de situações que anotações ou planilhas nos deixariam livres para criar, o que, em termos de segurança, é um problema.
Se deixarmos as coisas muito livres, tudo fica muito subjetivo e essa aparente liberdade, na verdade, é uma prisão em termos de gestão.
Acabamos gastando o nosso tempo de forma improdutiva e a equipe não aproveita as suas melhores qualidades profissionais para coisas produtivas, como negociação, por exemplo.
Assim, com um CRM, tem-se mais disciplina, mais organização e mais segurança.
De que forma a LGPD afeta a gestão de vendas?
A LGPD preocupa-se muito com a questão do consentimento nas abordagens comerciais, ou seja, ela impõe uma abordagem de mais empatia com o cliente.
Em uma loja de roupas, por exemplo, a maioria das pessoas não gosta que o vendedor fique ao lado, assistindo-as escolher uma roupa. Em geral, queremos que o vendedor nos aborde somente quando pedirmos ajuda.
A LGPD traz essa ideia para o mundo digital. Assim, você pode fazer a oferta, mas o cliente precisa poder decidir se quer ser abordado ou não. Esse é o grande desafio hoje na gestão de vendas.
Um exemplo de como isso afeta o dia a dia é nas campanhas de vendas em massa. Você só pode realizar a campanha com clientes que derem autorização para receber esse conteúdo.
É possível garantir a segurança de dados em um software de CRM?
A segurança de dados é primordial em um software de CRM.
Aí vem uma máxima da área comercial: o bom vendedor não é aquele que fala muito, é aquele que sabe fazer as perguntas corretas que fazem a diferença na vida de uma pessoa.
É importante fazer boas perguntas para alimentar um CRM, pois assim vamos traçar o perfil de potenciais clientes ou de gostos e desejos de um cliente. E essas perguntas-chave são baseadas em consentimento.
Uma boa forma de garantir a segurança é por meio da hierarquização do acesso a informações, ou seja, nem todo mundo precisa ter acesso a todas as informações. Alguns perfis podem ter acesso a tudo.
Já um vendedor, por exemplo, terá acesso somente a sua própria carteira, não a carteira de todos.
Senhas automatizadas também ajudam, pois assim nunca haverá um e-mail solicitando recuperação de senha, por exemplo. Quanto mais autoatendimento e fatores de autenticação e validação, mais seguro é o CRM.
Como escolher um sistema de CRM seguro?
A primeira característica a se buscar em um CRM seguro é um sistema que rode na nuvem, principalmente com alguma certificação digital.
Também é importante verificar se ele funciona com dados de criptografia, se há https como link de conexão, se há geração e automação de login e senha, se a empresa tem políticas de privacidade claras sobre como utilizam os dados, qual é a base de clientes da empresa, etc.
Quanto mais automatizado, melhor.
Esses são detalhes importantes de se validar internamente ou antes de se adquirir um sistema de CRM para que se faça boas escolhas. Quanto mais o fornecedor de CRM puder demonstrar a cibersegurança, melhor.
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